A Academia Mineira de Medicina de Minas Gerais alerta para a importância do diagnóstico precoce em casos de complicações com o balão gástrico, procedimento recomendado para facilitar a perda de peso. Nessa semana, a engenheira Laura Fernandes Costa, de 31 anos, morreu dias depois de realizar a cirurgia.
A cirurgia foi realizada no último 26 de abril, em uma clínica que fica na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Onze dias depois, Laura foi internada com fortes dores e precisou passar por uma intervenção de emergência, mas não resistiu. Na certidão de óbito consta que ela teve uma infecção generalizada, causada por um furo no estômago.
A família alega que Laura não estava apta para receber o balão intragástrico por pesar 70 kg. No entanto, especialistas afirmam que este fator não necessariamente impede o paciente de realizar o procedimento, já que o indicador usado é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo o peso (em kg) pela altura ao quadrado (em m), de acordo com a seguinte fórmula: IMC = peso / (altura x altura).
O balão intragástrico chegou ao Brasil entre os anos de 1997 e 1998.
Inicialmente, a indicação era que o material fosse usado de forma pré-bariátrica, ou seja, para paciente obesos com riscos operatórios que não poderiam passar por cirurgia.
Sobrepeso
O endoscopista e especialista em balão intragástrico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Bruno Sander trabalha há 15 anos na área. Ele explica que em 2018 foi criado o Consenso Brasileiro de Balão Intragástrico, que prevê que o procedimento seja realizado em pacientes com IMC acima de 25, ou seja, naqueles que estão considerados em sobrepeso, segundo o Índice de Massa Corporal.
"Fizemos um Consenso Brasileiro de Balão Intragrástrico, em 2018. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) ainda tem uma resolução de IMC a partir de 27, mas ela é anterior ao Consenso", disse Bruno.
Os médicos Bruno Sander e Marcelo Girundi, cirurgião bariátrico e titular da Academia Mineira de Medicina de Minas Gerais, respondem quem pode fazer o procedimento, quais sintomas devem ser observados, como é feita a cirurgia, entre outras perguntas:
Para quem o tratamento é indicado?
Segundo os especialistas, o balão intragástrico é recomendado para pacientes com sobrepeso ou obesidade, e auxilia na perda de peso, já que preenche parte do estômago e provoca a sensação de saciedade por mais tempo.
Qual a especialidade do profissional que aplica o balão?
O procedimento deve ser realizado exclusivamente por um médico endoscopista.
Quanto tempo dura?
O período de permanência é de seis meses a um ano. O método pode ser repetido após esse período.
Como é feita a cirurgia?
Existem dois balões no mercado, um deles é aplicado por endoscopia. Já o outro, conhecido como redutível, é aplicado por meio de uma cápsula que é ingerida e, em seguida, insuflada pelo médico já no estômago do paciente.
Quais são as contraindicações?
O tratamento não é indicado para pessoas que já passaram por cirurgia no estômago, ou que tenham problemas gástricos como úlceras e que tenham IMC menor que 25.