No mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 300 milhões de pessoas sofram de depressão.
Classificada como uma "crise negligenciada de saúde global", a doença tem números relevantes no Brasil: segundo dados da pesquisa Vigitel 2021 (realizada pelo Ministério da Saúde), 11,3% dos entrevistados disseram ter recebido diagnóstico médico para depressão. Entre os homens, o percentual foi de 7,3%; nas mulheres, foi o dobro (14,7%).
Apesar de relativamente comum, a depressão ainda é estigmatizada. Embora os últimos anos tenham sido de mudança no cenário, falar sobre o tratamento (especialmente com remédios) desse ou de outros transtornos mentais ainda enfrenta obstáculos.
O que é depressão?
A depressão é um transtorno de humor.
Segundo especialistas, o nosso organismo tem várias funções – tem a função digestiva, a visual, a auditiva, e tem uma função chamada humor, que dá o tom, o colorido das coisas, o colorido afetivo: se é positivo, se é negativo, se é bom, se é mau. E essa função pode adoecer – e uma dessas maneiras é a depressão – é um transtorno do humor nesse sentido.
Quais são os sintomas?
Os critérios centrais para diagnosticar a depressão em alguém são o humor triste e a anedonia – a diminuição ou a ausência de interesse ou prazer em coisas que, antes, davam prazer à pessoa.
Existem outros:
alterações do sono (a pessoa passa a dormir pouco ou demais);
alterações do apetite (a pessoa passa a comer pouco ou demais) ou de peso;
redução da atenção, da concentração e da memória;
cansaço ou baixo nível de energia;
pensamentos de culpa, baixa autoestima, desesperança em relação ao futuro, morte ou suicídio;
irritabilidade, impaciência, pessimismo, negatividade
Especialistas alertam que a tristeza não necessariamente precisa aparecer. A pessoa fica mais irritada, mais impaciente, mais negativa, mais pessimista, sem sentir tristeza, sem choro.
Em um episódio depressivo, a pessoa pode ter dificuldades significativas no funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou em outras áreas, alerta a OMS.
Mas, então, como diferenciar um sintoma de depressão de uma tristeza "normal", que acontece com todo mundo ao longo da vida? Isso cabe a um profissional – médico ou psicólogo.
Onde buscar ajuda?
Especialistas defendem que a pessoa busque ajuda onde conseguir – seja em uma consulta no posto de saúde, com o psicólogo ou médico do convênio ou de algum lugar que a pessoa frequente, como a igreja, por exemplo.
Os médicos nos postos de saúde estão aptos a prescrever antidepressivos – não há necessidade, a princípio, de recorrer a um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), no caso do sistema público, explica.
Como é o tratamento?
A resposta é: depende. O tratamento da depressão vai depender da intensidade, da gravidade e da duração dos sintomas. Nem sempre, por exemplo, o antidepressivo será necessário, mas ele pode ser associado à psicoterapia para o tratamento da doença.
Mesmo que seja indicado, entretanto, o antidepressivo também não será, sozinho, a solução para a depressão.