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Por que ainda se usa exame de toque para diagnóstico de câncer de próstata

Ainda que seja invasivo, ele é bastante efetivo e barato. Há, contudo, uma discussão no meio médico sobre sua possível substituição
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Amanda Omura

O exame de toque retal para determinar a existência de câncer da próstata está agora sendo questionado. Um quadro internacional de especialistas sugeriu recentemente a substituição do exame de "vigilância ativa" por imagens de ressonância magnética.

Esta notícia pode ser comemorada como o fim de um exame médico intrusivo, graças ao avanço da tecnologia. Mas o que é exatamente o exame de toque retal e quais são as consequências da sua substituição?
O exame de toque retal consiste na verificação da parede retal, feita por um médico, que insere um dedo através do ânus do paciente. Isso faz com que o profissional tenha acesso à glândula prostática, ajudando-o a encontrar sinais de câncer.

Este tipo de exame foi o único método disponível para verificar a existência de câncer da próstata até 1986, quando surgiu o exame de antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês), feito com sangue extraído do paciente.

O exame de toque retal pode também ser utilizado para detectar outros tipos de câncer, como o câncer retal e anal. Ele pode ainda servir para verificar se há fezes retidas em pessoas com prisão de ventre e em outras circunstâncias.

Nas mulheres, o exame de toque retal é usado para verificar a ocorrência de câncer, incluindo a disseminação de câncer do ovário.

Se executado corretamente, o exame não deve ser muito desconfortável. E a privacidade e a boa comunicação podem ajudar muito a superar o eventual constrangimento.

Todos os estudantes de medicina aprendem a fazer o exame. Muitos ouviram por gerações que, ao examinar os pacientes, "se não puser o dedo, pode acabar metendo os pés pelas mãos".

A próstata é uma glândula do tamanho de uma noz. Ela fica na pélvis e rodeia a uretra quando ela sai da bexiga. Convenientemente, ela fica ao lado do reto e é facilmente percebida pelo dedo durante o exame.

Se estiver inflamada, como no caso da prostatite, ela ficará sensível. E, quando há crescimento benigno da próstata, o que acontece na meia-idade e causa retração do fluxo urinário, a próstata irá parecer inchada.

No caso de câncer da próstata, a superfície pode ser irregular e a textura firme ao toque. Mas é muito comum que o câncer da próstata não seja detectado nos estágios iniciais da doença.

O fim das luvas
O sistema de faculdades de medicina do Reino Unido, acertadamente, dedica grande ênfase ao aprendizado de bons conhecimentos clínicos.

A dependência excessiva da tecnologia é considerada um possível desperdício dos escassos recursos disponíveis. Além disso, aparentemente, os pacientes gostam de pensar que seus médicos têm experiência em diagnósticos clínicos.

Mas existem momentos em que a tecnologia oferece maior precisão para encontrar doenças, especialmente quando elas estão nos seus estágios iniciais.

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