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‘Slow living’: por que ‘não fazer nada’ é bom para a saúde

O ritmo de vida mais lento será a resposta ao estresse ou apenas mais um estilo de vida inatingível?
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Amanda Omura

Que tal não fazer nada por um ano inteiro? Ficar sem trabalhar, sem receber e-mails, sem progresso na carreira, sem esforços, sem conquistas, nem produtividade. Para muitos de nós, este pensamento, por si só, já pode causar um ataque de ansiedade. Afinal, trabalhar é status, ganhar dinheiro é uma conquista e ficar ocupado é motivo de orgulho, certo? Mas, atualmente, um ano sem fazer nada parece cada vez mais ser um sonho, até uma aspiração – e passou a ser, como dizem as pessoas, uma mudança de vibe. Os millennials (as pessoas nascidas entre 1981 e 1995) estão adotando o conceito de #SlowLiving ("viver lentamente"). Esta hashtag já foi usada mais de seis milhões de vezes no Instagram — embora postar conteúdo nas redes sociais seja uma contradição dos princípios de um estilo de vida consciente e sustentável, que reduz sensivelmente o nosso tempo em frente às telas. Já a Geração Z (os nascidos entre 1995 e 2010) é pioneira na demissão silenciosa e nos "empregos de meninas preguiçosas". Nestes casos, as pessoas fazem o mínimo possível no trabalho, preservando sua energia para os setores mais significativos da vida, como seus hobbies, relacionamentos ou o autocuidado. Descanso radical O que levou a esta reviravolta no mundo ocidental, da cultura do alvoroço, da perseverança e do empreendedorismo feminino, para a demissão silenciosa, o repouso radical e a desaceleração? O motivo é simples: todos nós estamos apenas muito cansados. Esta é a teoria de Gannon: "Todos estão extremamente cansados. Estamos todos lutando de alguma forma para não deixar a peteca cair", conta ela à BBC. "Temos um corpo e uma mente que precisam de cuidados e acho que, na verdade, não estamos fazendo [isso]." A tecnologia é um fator importante. O fato é que poder responder e-mails no nosso celular não nos torna mais eficientes — apenas nos faz trabalhar mais. A onipresença das redes sociais nos incentiva a documentar cada centímetro das nossas vidas, buscar conteúdo nelas e trabalhar continuamente para fortalecer nossa própria marca individual. Para as muitas pessoas que começavam a se voltar contra a cultura do trabalho implacável, a pandemia foi uma revolução.

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