Em pronunciamento no fim de 2022, o ministro da educação chinês anunciou o ambicioso plano de criar a Universidade Nacional para os Idosos. Na China há, atualmente, cerca de 267 milhões de cidadãos acima dos 60 anos, número que deve chegar a 400 milhões em 2035, o equivalente a 30% da população.
Para um grande desafio, uma solução da mesma envergadura: até 2025, todo condado (que corresponde a nosso município) terá que oferecer pelo menos uma instituição nesses moldes para o público sênior.
A importância do aprendizado contínuo foi tema de inúmeras colunas. Além de manter o cérebro afiado, possibilita que o idoso adquira novas habilidades que podem ser úteis para quem quer ou precisa se manter ativo profissionalmente. Também azeita as conexões sociais, um poderoso antídoto contra o isolamento e a solidão. A Universidade Nacional para os Idosos vai se fundir com a já existente Universidade Aberta da China, um sistema educacional que cobre as áreas urbana e rural e conta com mais de 3.700 centros.
No currículo da nova iniciativa constarão, entre outros cursos, os de línguas estrangeiras, educação digital e computação, música, fotografia, dança, pintura e culinária. Para os especialistas, está claro que, com o envelhecimento da população, a atenção dispensada aos idosos não deve se restringir ao pagamento de aposentadorias e atendimento médico.
A prioridade em navegar com desenvoltura no ambiente da internet ainda visa a proteger os mais velhos de fraudes.
De acordo com o Comitê Nacional de Envelhecimento, a China dispõe de 76 mil universidades da terceira idade, com 14 milhões de alunos. O que para nós parece um número robusto, para eles se traduz em apenas 5% recebendo educação continuada. Como diriam Os Titãs: “a gente não quer só comida/a gente quer comida, diversão e arte/a gente não quer só comida/a gente quer saída para qualquer parte/você tem sede de quê?/você tem fome de quê?”. Todos temos que militar pela causa.