Os casos de dengue no Brasil tiveram um crescimento de 85,6% até o início de abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. É o que aponta o último boletim epidemiológico sobre arboviroses do Ministério da Saúde. Até a semana epidemiológica 13 (02/04/2022) ocorreram 323.900 casos prováveis de dengue no país.
O país já registrou este ano 233 casos de dengue grave (DG) e 2.836 casos de dengue com sinais de alarme (DSA). Ainda há 248 casos de DG e DSA em investigação. Até o início de abril de 2022, foram confirmadas 79 mortes causadas por dengue, o dobro em comparação com o mesmo período do ano passado — que foram 39 até a semana epidemiológica 13. Os estados que apresentaram o maior número de óbitos foram: São Paulo (29), Goiás (9) e Bahia (8). Permanecem em investigação outras 150 mortes.
O Centro-Oeste é a região mais afetada, com 108.258 casos apenas este ano, e apresenta a maior incidência de dengue, com 648 casos/100 mil habitantes. Desde a semana epidemiológica 9, o Sul tem demonstrado um expressivo crescimento da doença, chegando a 198,5 casos/100 mil habitantes. No Norte, a incidência é de 127,8 casos/100 mil habitantes, seguido pelo Sudeste (com 106,2 casos/100 mil habitantes) e pelo Nordeste (62,4 casos/100 mil habitantes).
Goiás é o estado com maior número de casos da doença (71.652), seguido por São Paulo (70.722), Paraná (31.837) e Minas Gerais (20.928).
As análises laboratoriais apontam que a dengue tipo 1 é a predominante no Brasil até o momento, seguido pelo tipo 2. Os tipos 3 e 4 ainda não foram encontrados nos exames de pessoas infectadas com o vírus no país.
Sintomas da dengue e Covid são parecidos
Com a queda dos casos de Covid-19 no Brasil e o aumento de diagnósticos de dengue, especialistas alertam para os sintomas de ambas as doenças, que podem ser parecidos. A dengue é uma doença febril aguda sistêmica causada por um vírus da família Flaviviridae. Quem está com dengue não apresenta sintomas respiratórios. Essa é a principal diferença em comparação com a Covid.
A melhor forma de prevenir a dengue é conter a proliferação do mosquito transmissor, eliminando os criadouros. A fêmea do Aedes aegypti deposita seus ovos na superfície de água limpa e parada. Para combater o vetor, é fundamental acabar com possíveis reservatórios, que incluem vasos de plantas, pneus velhos, latas e garrafas vazias, calhas, caixas d’água, piscinas abandonadas, entre outros.