O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou em entrevista que a bandeira verde na conta de luz deve continuar em vigor até o final de 2023, apesar da seca na região Norte. Ou seja, não haverá cobrança extra.
A situação do Norte gera preocupação, porque algumas importantes hidrelétricas estão na região.
“Em outubro, já anunciamos que a bandeira será verde. Em novembro [também], se o período úmido continuar, e já começamos a perceber a sinalização das chuvas. Então, provavelmente permanecerá verde também em novembro e dezembro, mantendo as expectativas que a Aneel sinalizou”, declarou.
Contudo, para 2024, Feitosa destaca que a Aneel deverá acompanhar duas variáveis:
Como será o comportamento do período úmido --de novembro a abril, em que há mais incidência de chuvas;
Como será o crescimento da demanda por energia, que está associada ao desempenho da economia.
“Se chover bem, provavelmente não teremos o acionamento de bandeiras. Mas, de novo, teremos de acompanhar o fim do período úmido [e] como vai acontecer o crescimento da carga. E apenas ali no final do período úmido, em meados de maio –quando inicia o período seco--, é que poderemos ter uma radiografia de como a bandeira vai se comportar até o final do ano de 2024”, declarou.
O sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo da geração de energia. Quando os reservatórios das usinas hidrelétricas estão altos, não é necessário acionar usinas termelétricas, que são mais caras.
Nesses casos, o custo de geração de energia aumenta e a Aneel pode acionar as bandeiras amarela ou vermelha patamar 1 ou 2 – que representam um custo maior ao consumidor. A bandeira verde está em vigor desde 16 de abril de 2022.
Acionamento de termelétricas
Depois de reunião sobre a situação no Norte, na tarde de terça-feira (3), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, confirmou a possibilidade de acionar usinas termelétricas a óleo combustível para suprir a demanda na região.
Isso porque a seca tem prejudicado a geração de energia em usinas a fio d’água --que não contam com reservatórios. Na segunda-feira (2), a usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Porto Velho (RO), foi desativada por conta da baixa vazão de água.
“O acionamento dessa geração térmica que está sendo avaliada e citada será para ações pontuais dentro do sistema brasileiro. Ou seja, diria que para atender necessidades elétricas. Há uma questão na região Acre e Rondônia em função da paralisação da usina de Santo Antônio, eventualmente alguma outra região do país, mas estruturalmente isso não trará impactos energéticos”, declarou o diretor-geral da Aneel.