Quem nunca olhou a fatura do cartão e se assustou com a quantidade que as palavras Uber, 99, Ifood e Rappi apareceram, sentiu o coração palpitar e desistiu de somar as despesas?
Um levantamento feito pela fintech Noh, a pedido do g1, mostra que casais gastam, em média, 12,6% do orçamento com apps de comida, transporte e streaming.
Ana Zucato, CEO da fintech, diz que a frequência dessas despesas cresce com o compartilhamento. “Como moradia é o maior percentual de gastos com um terço das despesas, quase 13% com esses aplicativos me parece muito. É uma categoria super relevante e tem uma frequência alta. Muita gente pede comida todos os dias e Uber a cada três dias”, conta.
“Mas os dados também mostram que as pessoas estão priorizando a conveniência. E que ela se tornou mais barata porque o custo é diluído em dois, como o frete da entrega ou a relação entre Uber e o preço do ônibus. Juntar-se com outras pessoas é a maneira que muita gente conseguiu para ter acesso a essas despesas”, analisa.
Dentro destes “gastos modernos”, os apps de delivery são os que mais pesam no bolso dos usuários do app. Sozinhos, eles respondem por 8,14% do orçamento compartilhado. E o gasto médio com uma compra é de R$ 73, aponta o estudo.
Os deliveries correspondem a um terço dos gastos com alimentação, que é, no app, o segundo grupo que mais “suga” o dinheiro dos casais. E, em média, casais costumam pedir comida dia sim, dia não. Os outros 65% se dividem entre supermercado, bares, restaurantes e baladas.
Uma pesquisa da Kantar Ibope comparando os primeiros 6 meses de 2022 e 2021 mostra que o consumo de delivery aumentou 12% neste ano em relação ao ano passado, mesmo com a reabertura do comércio e o fim das restrições no âmbito da Covid. Os lanches são os campeões de pedidos, seguidos pelas refeições.
Depois, estão os serviços de transporte, que representam 3,65% dos gastos coletivos. Dentro do conjunto de transporte, serviços de transporte por aplicativo ocupam 90% dos gastos. A gasolina, por exemplo, responde só a 5% das contas. E o restante se divide entre seguros, passagens e afins.
Já os streamings ocupam menos de 1% desses gastos e custam, em média, R$ 29 por pessoa. Por outro lado, eles são gastos fixos e cobrados todo mês.
O levantamento analisou 16 mil transações feitas entre junho e agosto no aplicativo, que funciona como uma carteira compartilhada entre casais, amigos e familiares.
Além das despesas mais convencionais, os casais também costumam dividir as mais inusitadas, como assinatura de aplicativo de ioga e plano conjunto de academia.