A retomada do programa Minha Casa, Minha Vida em 2023, impulsionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contribuiu para um aumento significativo nos financiamentos imobiliários feitos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Os dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) revelaram que os empréstimos para compra de imóveis pelo FGTS atingiram um recorde, totalizando 98 bilhões de reais no ano passado, um aumento de 59% em relação a 2022.
Crescimento e impacto no mercado imobiliário
O total de crédito imobiliário somou 251 bilhões de reais em 2023, representando um aumento de 4% em comparação com o ano anterior. Este crescimento foi responsável pela comercialização de quase 1 milhão de unidades, consolidando-se como o segundo melhor ano, em termos de valores, desde 2006.
Os financiamentos feitos com recursos da poupança, no entanto, apresentaram uma queda de 15% no ano passado, totalizando 153 bilhões de reais e financiando a aquisição de 500 mil casas e apartamentos. Por outro lado, os créditos concedidos pelo FGTS financiaram outras 494 mil unidades, destacando o impacto significativo do programa Minha Casa, Minha Vida no mercado imobiliário.
Desafios e mudanças no cenário econômico
Em um ano em que a poupança teve resgates líquidos e a taxa Selic estava em um patamar elevado, houve um movimento de saídas de depósitos em poupança, o que impactou nos empréstimos. No entanto, o presidente da Abecip, Sandro Gama, destacou que as saídas da poupança diminuíram em comparação com 2022, e que esse cenário tende a se reverter com a redução da Selic.
Nova abordagem do Programa Minha Casa, Minha Vida
Em 2023, o presidente Lula reintroduziu o Minha Casa, Minha Vida, substituindo o antigo Casa Verde Amarela do governo de Jair Bolsonaro. O programa foi reformulado, com mais verba e novas regras que ampliaram as possibilidades de contemplação de famílias e imóveis. As mudanças incluem a disponibilidade de compra de imóveis de até 350 mil reais e a inclusão de famílias com renda de até 8 mil reais, oferecendo financiamentos com juros mais baixos e subsídios para famílias de baixa renda.
Para 2024, os valores previstos pelo FGTS para os programas sociais já passam dos 100 bilhões de reais, demonstrando um compromisso contínuo com a habitação popular.
Investimento
Segundo o Ministério das Cidades, os investimentos, apenas para este ano, são de 117 bilhões de reais, sendo a maior parte — 104,6 bilhões de reais –, custeada com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O restante é financiado com recursos do próprio governo, via Orçamento Geral da União.