A CBF segue com Carlo Ancelotti como plano A para comandar a seleção brasileira, e a relação cada vez mais próxima com Vini Jr tem muito a ver com isso.
Os episódios de racismo que o atacante do Real Madrid sofre repetidamente na Espanha já haviam estreitado os laços com o presidente Ednaldo Rodrigues e o staff do jogador. Os contatos, que se tornaram quase diários após a partida contra o Valencia, há dez dias, fizeram com que Thássilo Soares, agente de Vini, assumisse o papel de interlocutor nas tentativas de contratar o treinador italiano.
Tatá, como é conhecido no meio do futebol, vive em Madri e tem entrada direta com Ancelotti e seus pares, o que serve até mesmo de termômetro para que Ednaldo Rodrigues insista em seu nome preferido ou mude a rota para o plano B. A situação de momento indica ainda mais paciência e contatos mais intensos após o término do Campeonato Espanhol, no próximo domingo.
A expectativa das partes é a de que a presença da seleção brasileira na Espanha a partir do dia 12, para o amistoso contra Guiné, dia 17, em Barcelona, permita encontros presenciais e seja decisiva para ditar os rumos da negociação. Até lá, os contatos entre Thássilo e Ednaldo permanecem constantes, seja para monitorar a situação de Ancelotti, mas, principalmente, para definir ações antirracistas na partida.
A CBF tem cuidado para que o ambiente se torne o mais favorável e confortável possível para Vini no estádio Cornellà-El Prat, que pertence ao Espanyol. Assim como aconteceu antes da convocação, o staff do jogador é consultado sobre todo protocolo desenvolvido para o evento. Além da CBF, a Real Federação Espanhola de Futebol também manifestou o desejo de tornar o amistoso um marco na luta contra o racismo após tudo o que ocorreu em La Liga ao longo do ano.
Carlo Ancelotti e Vinicius têm relação muito próxima e, apesar de o jogador não se envolver em questões relacionadas à Seleção, o convívio entre seus pares abre portas.
O cenário divide opiniões entre pessoas próximas de Ancelotti, mas a decisão final está nas mãos do treinador, que mantém, também para consumo interno, o discurso de que não pedirá demissão.