Ser o melhor em campo tem sido rotina para o atacante Kylian Mbappé, vencedor do prêmio em três das quatro partidas da França até aqui na Copa do Catar. No entanto, parece que superar marcadores e colocar a bola nas redes - é o artilheiro do torneio, com cinco gols — tem sido menos complicado do que driblar as exigências contratuais da organização do Mundial.
Zeloso da sua imagem pública, o camisa 10 da França evita, segundo a imprensa do país, associar seu nome a marcas de bebidas alcoólicas, redes de fast food e casas de apostas. Essa discussão marcou, por exemplo, sua negociação com a Federação Francesa de Futebol (FFF), meses antes da Copa, sobre exploração da imagem dos jogadores no torneio.
No início do ano, Mbappé chegou a faltar a três ações de marketing da seleção francesa, justamente associadas aos produtos que ele evita. Após longa negociação, jogador e federação encontraram um acordo. Procurada no Catar pela reportagem do ge, a FFF não se manifestou sobre a postura de Mbappé em relação a ações comerciais e a negociação entre as partes sobre o assunto.
Mbappé não tem entrevista em perfil da premiação
Na Copa do Mundo, todos os jogadores que são eleitos craques das partidas recebem um troféu oferecido por uma cervejaria dos Estados Unidos parceira da Fifa. Mbappé recebeu os prêmios e teve de posar para fotos oficiais, distribuídas mundialmente por agências de notícias, pela própria Fifa e a patrocinadora do troféu em suas redes sociais.
Sem poder evitar a exposição, Mbappé aparentemente encontrou outro jeito de driblar a situação: virou o troféu na hora das fotos, de modo a esconder o logotipo da cerveja, nas três premiações. Um expediente que lembra, ainda que não de forma tão ostensiva, a vez em que Cristiano Ronaldo retirou da mesa antes de uma entrevista coletiva garrafas de um refrigerante e de uma cerveja patrocinadoras da Eurocopa durante o último torneio, realizado ano passado.
Além de girar o troféu na hora da foto, Mbappé também não tem entrevista exclusiva divulgada nas redes sociais da cervejaria, hábito comum com outros grandes jogadores que já foram escolhidos melhores em campo nesta Copa, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Luka Modric, Harry Kane, Gareth Bale, Arrascaeta e os brasileiros Casemiro e Richarlison.