Em resposta à onda de empresas saindo do país, Andrei Turchak, secretário do conselho geral do partido governista da Rússia, alertou que Moscou pode nacionalizar ativos estrangeiros ociosos.
"Nosso partido propõe a nacionalização das fábricas de produção das empresas que anunciam sua saída e o fechamento da produção na Rússia durante a operação especial na Ucrânia", escreveu Turchak em comunicado publicado no site do partido Rússia Unida na noite de segunda-feira (7).
O que significa nacionalizar?
Segundo o partido governista, a proposta fala em colocar empresas com mais de 25% de participação de países não-amigáveis sob administração externa. Na prática, o governo poderia assumir o controle da produção dessas empresas dentro da Rússia.
Quais são os países não-amigáveis?
Os principais países da lista são os Estados Unidos e os membros da União Europeia. Canadá, Reino Unido, Suíça, Noruega, Japão, Austrália, Singapura e Taiwan estão entre os países não-amigáveis à Rússia. O Brasil não faz parte dessa lista. Veja a lista completa aqui.
O governo pode fazer isso?
Pode. O primeiro passo para isso era conseguir a aprovação de uma comissão do governo, que aconteceu na quarta (9). Mas isso não significa que o governo já pode se apropriar dessas empresas. Ainda não foram anunciados quais serão os próximos passos.
Quais empresas serão afetadas?
O projeto do governo mira as empresas que deixaram o país após as sanções dos países ocidentais. Entre essas empresas estão Coca-Cola e McDonald's, por exemplo. No setor de aviação, Boeing e Airbus suspenderam serviços de manutenção e envio de peças. Montadoras de automóveis, com fábricas na Rússia, como a Toyota e a Renault, também suspenderam suas atividades. A cervejaria holandesa Heineken deixou de produzir e de vender sua cerveja na Rússia.