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Israelenses se armam e se agrupam em milícias

No comando da segurança interna do país, Ben-Gvir coordena a distribuição de armas e a formação de esquadrões comunitários
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Amanda Omura

Existe uma enorme distância entre os israelenses que bradam, incessantemente e em desespero, pela volta de parentes e amigos que foram feitos reféns pelo Hamas e os que tiram proveito do confronto para içar suas bandeiras extremistas. Na ala radical estão os ministros ultranacionalistas que sustentam a coalizão do premiê Netanyahu e líderes de colonos, estimulando a distribuição de armas à população e a formação de esquadrões comunitários.

Os jornais israelenses trazem dados alarmantes. Mais de 236 mil pessoas solicitaram licenças de porte de armas desde o massacre perpetrado pelo grupo palestino em Israel. O número equivale ao total de pedidos feitos no período de 20 anos.

Como mentor dessa corrida desenfreada de israelenses para obter licenças rápidas está o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, defensor da flexibilização das regras muito antes do atentado de 7 de outubro. Depois da entrada de centenas de terroristas pela fronteira de Gaza, ele se valeu das falhas de segurança do governo que deixaram israelenses vulneráveis para concretizar suas propostas. Anunciou a compra de dez mil rifles para armar a população, especialmente os colonos de assentamentos — grupo do qual ele faz parte.

“Arme-se e salve vidas” é o slogan repetido por Ben-Gvir, da coligação de extrema direita Sionismo Religioso, que garante a sobrevivência política do premiê Netanyahu à frente do governo. Sua carreira política se resume, sobretudo, à propagação do discurso de ódio contra árabes, à defesa de novos assentamentos ilegais e à proteção dos colonos judeus.

Como considerou o escritor Odeh Bisharat, em sua coluna no jornal “Haaretz”, o ministro de Segurança Nacional está em estado de êxtase porque o governo lhe deu todo o que queria para combater o seu primeiro alvo, os cidadãos árabes de Israel.

“Milícias subordinadas a ele surgiram como cogumelos, equipadas com armas de fogo”, observou o colunista. “Não apenas o sangue de seres humanos é derramado, como também o sangue da democracia israelense – ou o que resta dela. Ao seu redor, um bando enlouquecido dança alegremente.”

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