O México concedeu asilo à família do ex-presidente peruano Pedro Castillo nesta terça-feira (20), informou o ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard. Castillo foi deposto após tentativa de golpe de Estado no início deste mês, quando buscou dissolver o Congresso do país.
A família de Castillo foi até a embaixada mexicana em Lima, capital do Peru. Ebrard disse que o México estava negociando transporte seguro para o grupo. "Eles receberam asilo porque estão em território mexicano, estão em nossa embaixada."
"O que está em negociação é a passagem segura deles para que, caso queiram sair do país, possam fazê-lo e vir para o México", afirmou o ministro mexicano. Ele não informou qualquer data para o traslado do grupo e nem quantos ou quais os membros da família do ex-presidente estavam na embaixada.
Castillo tem dois filhos e já cuidou da irmã mais nova de sua esposa, Lilia Paredes. Atualmente, Paredes é investigada por suposto envolvimento em uma rede de lavagem de dinheiro, com a qual seu marido pode ter ligações.
Segundo autoridades peruanas, o próprio Castillo tentou fugir para a embaixada mexicana após ser deposto, mas foi detido. Atualmente, ele cumpre 18 meses de prisão preventiva, enquanto é investigado por rebelião e conspiração.
Na segunda-feira, o presidente mexicano Andrés Manuel López-Obrador disse que seu país está de "portas abertas" para Castillo e sua família. Na terça-feira, um tribunal peruano rejeitou a proibição de que Paredes deixasse o país. No mesmo dia, a parlamentar de oposição Maria del Carmen Alva afirmou que "o México está protegendo os corruptos".
A presidente peruana, Dina Boluarte, que assumiu o cargo após a queda de Castillo, disse que já estava ciente da concessão de asilo à família do ex-presidente. O governo mexicano não explicou como o ex-presidente poderia ser elegível para receber asilo.