Sons de artilharia e sirenes antiaéreas marcaram nesta terça-feira (19) o reinício da disputa entre a Armênia e o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh.
Esta área no sul do Cáucaso — onde a Europa encontra a Ásia — é palco de confrontos há anos. A tensão pelo controle do enclave separatista cresceu nos últimos meses — no local, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, vivem cerca de 120 mil pessoas que se identificam como armênias.
Um frágil cessar-fogo foi quebrado esta terça-feira, quando o Ministério da Defesa do Azerbaijão comunicou o início de operações “antiterroristas” na região e apelou à rendição dos líderes separatistas armênios.
“Para que as medidas antiterroristas cessem, as formações militares armênias ilegais devem hastear bandeira branca, entregar todas as armas e o regime ilegal deve ser dissolvido”, afirmou o Ministério da Defesa. “Caso contrário, as medidas antiterroristas continuarão até o fim.”
O Azerbaijão afirma que lançou a operação em resposta à morte de seis pessoas, incluindo quatro policiais, em duas explosões de minas terrestres na manhã de terça-feira.
Na principal cidade de Karabakh, Khankendi (conhecida como Stepanakert pelos armênios), foram ouvidos tiros e sirenes de ataques aéreos.
Autoridades de defesa da região separatista disseram que militares do Azerbaijão "violaram o cessar-fogo com ataques de artilharia e mísseis".
Outros representantes armênios falaram de uma “ofensiva militar em grande escala” e afirmaram que houve várias mortes, incluindo mulheres e crianças, embora o Azerbaijão negue ter civis como alvos.
O Azerbaijão e a Armênia entraram em guerra duas vezes por causa da disputa de Nagorno-Karabakh — primeiro no início da década de 1990, após a queda da União Soviética, e novamente em 2020.
Há três anos, o Azerbaijão recuperou territórios dentro e ao redor de Karabakh que estavam sob controle da Armênia desde 1994.
Desde dezembro do ano passado, o Azerbaijão bloqueou a única rota da Armênia para o enclave, conhecida como corredor de Lachin.