Você está em:

Por que a África está se tornando campo de batalha

Disputa é mais um capítulo da rivalidade entre os dois polos de poder, acirrada no último ano após a invasão da Ucrânia pelos russos
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

Desde que militares deram um golpe de Estado no Níger, as cores da bandeira da Rússia vêm sendo vistas com frequência em ruas de cidades do país, em uma forte indicação de uma mudança na preferência por aliados internacionais em uma nação que por muito tempo viveu sob a influência da França.

O presidente deposto, Mohamed Bazoum, era um grande aliado do Ocidente, mas a junta militar que tomou o poder vem travando uma guerra de palavras com potências ocidentais, que lutam para manter seu domínio não só no Níger, mas em vários países africanos.

Tudo acontece em um momento em que cresce a presença russa no continente — com o aumento dos investimentos e apoio militar por parte de Moscou, além da participação cada vez mais frequente de mercenários do Grupo Wagner em conflitos locais.

O Ocidente, em especial os EUA, acusam o governo de Vladimir Putin de interferir para descarrilar a democracia de algumas nações na África, ao mesmo tempo em que busca aliados para sua posição na guerra da Ucrânia.

Já Moscou rejeita as alegações e insiste na ideia de que suas relações com o continente africano prezam pela “estabilidade, confiança e boa vontade”.

“Inalterado permanece nosso respeito pela soberania dos Estados africanos, suas tradições e valores, seu desejo de determinar independentemente seu próprio destino e construir livremente relacionamentos com parceiros”, escreveu Putin em um comunicado publicado em julho deste ano por ocasião da cúpula Rússia-África, que reuniu diversas lideranças em São Petersburgo.

Para o pesquisador nigeriano Ebenezer Obadare, do think tank Council on Foreign Relations (CFR), a disputa de poder travada entre Rússia e Ocidente na África é mais um capítulo da rivalidade entre esses dois polos de poder, acirrada especialmente no último ano por conta da invasão à Ucrânia.

“O que a Rússia quer na África é o que os países ocidentais também querem ali: influência diplomática, influência na economia e política, projeção de seu poder e influência”, diz. “Não há intenções altruístas, apenas política.”

Posts Relacionados

Acidente entre avião e helicóptero é o mais letal dos EUA

Acidente entre avião e helicóptero é o mais letal dos EUA

Um jato da American Airlines com 64 pessoas a bordo colidiu com um helicóptero militar enquanto se preparava para pousar

Argentina vai reforçar barreiras na fronteira com o Brasil

Argentina vai reforçar barreiras na fronteira com o Brasil

País havia já anunciado intenção de construir alambrado na fronteira com a Bolívia, citando preocupações com o contrabando

Poluição do ar em Bangkok fecha mais de 350 escolas

Poluição do ar em Bangkok fecha mais de 350 escolas

Presença de micropartículas de poluição na capital tailandesa excede em sete vezes o máximo recomendado pela OMS

Human Rights Watch pede que Brasil ‘lidere a COP 30’

Human Rights Watch pede que Brasil ‘lidere a COP 30’

Capítulo dedicado ao Brasil no relatório cita problemas como abuso policial e ataques à imprensa – e reconhece avanço em outras áreas

Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul, é preso

Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul, é preso

Ainda em dezembro, o Congresso aprovou a abertura de um processo de impeachment contra Yoon. Desde então, ele está afastado

Mistura para apagar fogo cria cenários cor-de-rosa

Mistura para apagar fogo cria cenários cor-de-rosa

O objetivo do elemento é retardar o avanço das chamas, que já provocaram mais de 20 mortes e destruíram centenas de casas

Israel bombardeia zona humanitária em Gaza

Israel bombardeia zona humanitária em Gaza

Exército israelense afirma que alvo dos ataques em acampamento era um assessor do diretor de polícia do território

Deportação tem assustado famílias norte-americanas

Deportação tem assustado famílias norte-americanas

Imigrantes que se casaram com americanos e tiveram filhos correm o risco de serem obrigados a deixarem o país durante o governo Trump

pt_BRPortuguese