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Por que Nova York está ‘esvaziando’?

A ilha de Manhattan é condado americano que viu o maior número de pessoas buscando casas e apartamentos em outras cidades
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Amanda Omura

A ilha de Manhattan é o condado do país que viu o maior número de seus moradores buscando casas e apartamentos em outras cidades ou Estados. Duzentas mil ao todo, desde março de 2020.

Outros dois condados de Nova York, Queens e Brooklyn, também registraram a partida de muitos moradores. Foram 51 mil no Queens e outros 88 mil no Brooklyn.

O professor da Escola de Negócios da Universidade de Columbia Stijn Van Nieuwerburgh pesquisa Mercado Imobiliário e Finanças e está preocupado com o futuro da cidade que escolheu para morar em 2003.

Ele torce por Nova York mas acha que as autoridades precisam tomar providências urgentes para evitar que a cidade entre em um ciclo vicioso com menos arrecadação, população cada vez menor, empresas se mudando e os serviços cada vez mais precários. "Foi o que aconteceu nos anos 70", lembra.

Segundo levantamento da organização Partnership for New York City, o trabalho remoto, ao menos durante parte da semana, veio para ficar. Em outubro de 2021, 54% dos funcionários de escritório da cidade estavam trabalhando de casa. Apenas 8% iam todos os dias ao trabalho em escritórios e outras instalações.

Em abril de 2022, eram 28% trabalhando remotamente, mas o modelo híbrido se popularizou e a quantidade dos que trabalharam do escritório todos os dias se manteve em apenas 8%.

No último levantamento, de setembro passado, 16% ainda trabalhavam de casa o tempo todo e apenas 9% por cento iam todos os dias para o trabalho. Por isso, muitos escritórios estão vazios.

Basta dar uma caminhada pela rua 57, entre a Quinta e a Sexta Avenidas para entender o que está acontecendo. Essa área que tinha um dos metros quadrados comerciais mais caros da cidade tem, agora, várias lojas fechadas e prédios de escritório completamente vazios, com anúncios de "aluga-se".

Uma das propostas da comissão é converter esses escritórios em residências. O professor Nieuwerburgh acredita que a ideia é boa e barata. Basta mudar a lei do zoneamento.

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