Os promotores que acusam Donald Trump obtiveram da Justiça um mandado para ter acesso à conta de Twitter do ex-presidente.
A empresa não deu acesso imediato aos promotores, e por isso tomou uma multa de US$ 350 mil (R$ 1,7 milhão), de acordo com registros divulgados nesta quarta-feira (9). A rede social deveria entregar o material até o dia 27 de janeiro, mas atrasou e só fez isso no dia 9 de fevereiro.
Os promotores já tinham a autorização desde 17 de janeiro. A Justiça considerou que havia motivos suficientes para acreditar que havia evidências de crimes na conta na rede social.
O próprio Trump não foi avisado que os promotores tiveram acesso à conta, porque isso poderia atrapalhar as investigações –ele teria a oportunidade para destruir evidências de crimes.
O Twitter estava proibido de divulgar o mandado. A empresa não concordava com a obrigatoriedade de não divulgar a medida –a companhia de Elon Musk afirmou que essa obrigatoriedade de manter silêncio era uma violação da regra constitucional dos EUA que garante liberdade de discurso.
O que os promotores querem na conta de Trump
Não está claro que informações a promotorria pode ter procurado na conta de Trump no Twitter. Podem ser, por exemplo, dados sobre quando e onde algns posts foram escritos, seu engajamento e as identidades de outras contas que republicaram o conteúdo de Trump.
Trump usou sua conta no Twitter nas semanas que antecederam o ataque de seus apoiadores ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, para espalhar declarações falsas sobre a eleição que os promotores alegam terem sido projetadas para semear desconfiança no processo democrático. Em 6 de janeiro, Trump enviou tuítes instando seu vice-presidente Mike Pence a não certificar a eleição.
A acusação contra Trump
Jack Smith, o promotor que investiga Donald Trump, acusou o ex-presidente de conspirar para não respeitar a vontade dos eleitores e se manter no poder depois de perder a eleição presidencial de 2020 para Joe Biden.