Com vetos da Rússia e da China, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não aprovou a resolução dos EUA pedindo um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza.
A proposta dos EUA, uma mudança de posição de Washington na guerra entre Israel e Hamas, previa o cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, além da libertação de reféns. Uma reunião a portas fechadas na quinta (21) decidiu pela votação na sexta.
Na votação desta sexta, apenas Rússia, China e Argélia votaram contra a proposta. No entanto, Rússia e China são um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, que têm poder de veto. Por isso, basta um único voto de qualquer desses membros para barrar qualquer votação.
Outros 11 países votaram a favor da proposta. E apenas 1, a Guiana, se absteve.
Ao justificar seu voto, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, acusou os EUA de falsas promessas e de só reconhecer a necessidade de um cessar-fogo "quando mais de 30 mil habitantes de Gaza já morreram".
"Vocês só querem vender um produto aos seus eleitores", disse Nebenzia.
Nesta tarde, o Conselho de Segurança da ONU ainda votará outra resolução, feita pelo E-10, grupo de dez países rotativos no conselho. O texto, liderado por Moçambique, pede cessar-fogo na guerra durante o Ramadã, período sagrado para os muçulmanos — que começou dia 10.
A resolução
A resolução consolidava uma mudança de orientação de Washington na guerra entre Israel e o Hamas. Os EUA, um dos cinco países que têm poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, vinham barrando propostas de cessar-fogo.
Pedido de cessar-fogo pelos EUA
O primeiro a falar sobre a resolução americana foi o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
""Acabamos de apresentar uma resolução perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que apela a um cessar-fogo imediato ligado à libertação de reféns. Claro, apoiamos Israel e o seu direito de se defender, de garantir que o 7 de Outubro nunca mais aconteça. Mas, ao mesmo tempo, é imperativo que nos concentremos nos civis que estão em perigo e que sofrem tão terrivelmente", declarou Blinken.