Steve Bannon, um dos principais estrategistas políticos do ex-presidente Donald Trump, foi condenado a quatro meses de prisão por desacato ao Congresso. Com a sentença ele se torna a primeira pessoa a ser detida pelo crime. A acusação, da qual o republicano foi considerado culpado em julho, refere-se à sua recusa em cooperar com a comissão que investiga a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, no dia 6 de janeiro de 2021.
A pena é inferior aos seis meses de prisão pedidos pelos promotores do Departamento de Justiça. Eles também defendiam que Bannon pagasse uma multa de US$ 200 mil (R$ 1,05 milhão), o máximo permitido, mas o juiz federal Carl Nichols determinou o pagamento de multa de US$ 6,5 mil (R$ 33,8 mil). Segundo a sentença, ele só começará a cumprir a pena depois que o pedido de recurso for julgado: a defesa tem 14 dias para se pronunciar, e, se não cumprir esse prazo, Bannon terá que se entregar voluntariamente no dia 15 de novembro.
— Outros precisam ser impedidos de cometer crimes semelhantes — disse Nichols na leitura da sentença.
Apesar de ressaltar a gravidade dos atos de Bannon e de defender a comissão que investiga a invasão do Capitólio, o juiz afirmou que o réu, embora não tenha demonstrado sinais de remorso, cumpriu as determinações dele no processo, o que pode ter ajudado a amenizar sua pena.
Antes da sessão, um dos advogados de Bannon, David Schoen, afirmou que seu cliente "não deveria fazer qualquer pedido de desculpas", uma vez que "não havia nada a ser punido" no caso.
— Esse não é um homem que pensa estar acima da lei — argumentou Schoen, acrescentando que o pedido de recurso a ser apresentado em breve será "à prova de balas".
Em julho, Bannon foi condenado por duas acusações de desacato — apesar de serem considerados crimes leves, com pena máxima de um ano, o processo era uma espécie de teste de como os tribunais americanos vão agir contra aliados de Trump em relação ao ataque à sede do Legislativo, que visou impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.