A União Europeia (UE) apresentou nesta quarta-feira mais uma proposta de sanções contra a Rússia em resposta à invasão na Ucrânia, que se acirrou com a mobilização parcial dos reservistas russos, ameaças nucleares e referendos "fraudulentos" para anexar territórios ocupados. Além de mirar cidadãos e entidades russas, incluem também mais restrições comerciais que custarão bilhões a Moscou, o veto à participação de europeus na chefia de estatais do Kremlin e o fundamento legal a um possível teto no preço do petróleo.
As medidas vinculantes foram propostas pela presidente da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, Ursula von der Leyen, em uma coletiva em Bruxelas. O pacote modesto, o primeiro anunciado por Bruxelas desde julho, é o mais recente de uma enxurrada de sanções impostas desde que a guerra na Rússia eclodiu, em 24 de fevereiro — represália que almeja minar a capacidade do Kremlin de financiar a guerra, mas que tem tido apenas sucesso relativo neste sentido.
— O referendo fraudulento nos territórios que a Rússia ocupou são uma tentativa ilegal de tomar territórios e mudar fronteiras internacionais à força. Mobilização e as ameaças de Putin usar armas nucleares são outros passos no caminho acirramento. Não aceitamos o referendo fraudulento ou qualquer tipo de anexação de terras ucranianas — disse Von der Leyen. — Estamos determinados a fazer o Kremlin pagar.
Para entrar em vigor, as iniciativas precisarão do aval dos 27 Estados-membros, consenso que Bruxelas tem cada vez mais dificuldade para conseguir. Encabeçados pelo ultraconservador húngaro Viktor Orbán, alguns integrantes começam a questionar a eficácia das medidas e suas consequências para o próprio continente: o preço dos combustíveis disparou, catapultando a inflação europeia, e os cortes no fornecimento de gás russo causam uma crise energética.
Ainda assim, a expectativa é que o pacote recém-proposto receba o sinal verde antes da reunião informal dos líderes da UE marcada para os dias 6 e 7 em Praga. Segundo Von der Leyen, as restrições comerciais incluem novos e "maciços" vetos à importação de produtos russos para "mantê-los fora do mercado europeu", custando a Moscou adicionais 7 bilhões de euros de receita.