O presidente Jair Bolsonaro deveria parar de falar da guerra deflagrada pela Rússia na Ucrânia do ponto de vista geopolítico e focar no pedido de paz na região e na ajuda humanitária para ucranianos e brasileiros que desejam sair do país no Leste Europeu.
O conselho é de interlocutores próximos ao presidente da República, diante das cenas de guerra e da população ucraniana sendo vítima dos ataques russos.
Na avaliação destes interlocutores, Bolsonaro deve deixar a questão geopolítica para o Itamaraty, seguindo a linha da diplomacia brasileira até agora de condenar a invasão da Rússia na Ucrânia, mas defendendo que Moscou não seja isolada e sejam criadas as condições para uma negociação de paz na região.
Para isso, os diplomatas brasileiros avaliam ser necessário calibrar as sanções contra Vladimir Putin, porque um exagero vai levar a mais conflito e não à paz no Leste Europeu.
Segundo os interlocutores próximos ao presidente, Bolsonaro se desgasta quando manifesta opiniões que são lidas como a favor da Rússia, principalmente com a população ucraniana sofrendo com os ataques russos e as imagens sendo passadas na TV a todo momento.
Independentemente dos fatores políticos, o fato é que os ucranianos estão sendo vítimas dos ataques russos e há uma natural solidariedade com a população da Ucrânia.
Nesta linha, a defesa dentro do governo e também entre interlocutores presidenciais é que Bolsonaro foque suas ações e declarações em pedidos de paz no Leste Europeu e medidas no campo humanitário.