A aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara, com ampla margem de votos, tem sido atribuída por parlamentares ao fato de o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), ter se envolvido nas negociações sobre o texto juntamente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Ao longo das articulações da proposta e, após a aprovação do texto, Lira deu vários recados ao governo Lula.
'Maior protagonismo' do Congresso
Após a votação do arcabouço, Arthur Lira disse que o governo do presidente Lula tem que "entender" que o Congresso conquistou "maior protagonismo" nos últimos anos.
Ele também afirmou que o governo, como um todo, precisa participar mais das discussões das propostas que classifica como prioritárias. Sem mencionar nomes, Lira disse que outros integrantes do governo devem atuar como o ministro Fernando Haddad agiu nas negociações pró-arcabouço fiscal.
"O Congresso está dando todas as oportunidades para o governo se estruturar de uma maneira racional. Todos têm que entender que o Congresso brasileiro conquistou maior protagonismo […] sem ferir a harmonia constitucional, nem poder nenhum. É importante que o governo entenda que tem que participar do processo de discussão como participou o ministro Haddad", disse Lira.
Legislativo 'amadurecido'
Embora tenha citado a atuação de Fernando Haddad para o avanço da nova regra fiscal, Lira enfatizou as contribuições para a aprovação feitas por deputados da base, independentes e da oposição.
Para ele, a negociação do projeto, que envolveu partidos de diferentes espectros políticos, demonstra que o Congresso está "amadurecido" no debate de propostas.
O presidente da Câmara viu a aprovação do texto como uma conquista, principalmente, do Congresso.
"Com as modificações que ocorreram por parte da Câmara, a gente dá a exata a noção de que o Brasil não abriu mão da responsabilidade fiscal, mas vai olhar também para as desigualdades sociais, econômicas", ressaltou Lira
Congresso 'liberal e conservador'
O presidente da Câmara também tem demonstrado incômodo com medidas tomadas pelo governo Lula que tentam reverter decisões aprovadas pelo Legislativo.