O terceiro governo do presidente Lula (PT) deve começar sem a figura de um superministério - como ocorre com a pasta da Economia na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Terá, por outro lado, uma vice-presidência empoderada.
Ocupada por Geraldo Alckmin (PSB), que governou São Paulo e disputou a presidência da República contra o próprio Lula em 2006, a vice-presidência terá influência direta, por exemplo, na Economia e no Ministério da Defesa.
Integrantes da campanha de Lula defendem, inclusive, que Alckmin venha a comandar uma dessas pastas. Mas, mesmo que isso não venha a ocorrer – ele é resistente à ideia –, os nomes escolhidos vão passar pelo crivo do vice-presidente eleito.
Para a Economia, por exemplo, assessores de Alckmin defendem o nome de Pérsio Arida, um dos criadores do Plano Real. Arida declarou voto em Lula em 2022 e não descartou integrar o novo governo do petista.
Em contrapartida, o PT ficaria com o Ministério do Planejamento, que é responsável pela execução do Orçamento da União. Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e candidato derrotado ao governo de São Paulo, é cogitado para ocupar a pasta. Esse desenho, no entanto, não agrada ao PT que prefere comandar a Fazenda e reeditar o modelo Antonio Palocci.
Na Defesa, a ideia é repetir uma outra fórmula de sucesso - a fórmula Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que ocupou a pasta de 2007 a 2011 - e levar um ex-integrante da Corte para a pasta.
Nos bastidores, cogita-se o nome de Ricardo Lewandowski, que deve se aposentar ao completar 75 anos em maio de 2023. A ideia é que ele antecipe a saída e, assim, abra uma vaga na Suprema Corte logo no início do novo mandato de Lula.
Entre os militares, além do próprio Jobim, são mencionados os nomes de Aldo Rebelo, que ocupou o Ministério da Defesa de 2005 a 2015, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia, ambos ligados ao campo de Lula.