Finda a montagem do primeiro escalão do governo Lula 3, dominam os bastidores de Brasília as conversas e articulações para saber quem ocupará as duas vagas do Supremo Tribunal Federal (STF) que vão abrir em 2023 com a saída de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
Ambos completam 75 anos em 2023, idade-limite para ministros do STF estabelecida pela Constituição.
Para a primeira vaga, que será aberta em maio, Lula (PT) tem dito a aliados que vai ouvir Lewandowski, indicado pelo próprio petista para STF e a quem o presidente é grato pela atuação na Corte.
O nome de Lewandowski, segundo integrantes do Judiciário, é o de Manoel Carlos de Almeida Neto, que foi secretário-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF, e braço-direito do ministro quando ele ocupou a presidência do STF.
Atualmente, ele está na iniciativa privada, mas segue como uma espécie de herdeiro de Lewandowski no meio jurídico. Ele também é doutor e pós-doutor pela USP. Segundo interlocutores, caso Lula opte pelo jurista, será para dar continuidade ao modelo de trabalho do atual ministro nos processos e na Corte em geral.
No núcleo duro do PT, entretanto, o favorito é Cristiano Zanin, advogado de Lula na Lava Jato e um dos nomes mais próximos e de confiança do presidente atualmente. Discreto, Zanin não busca respaldo para ser indicado, mas conta com o apoio de quadros importantes do PT, além de ser tratado como o “nome de coração” do presidente da República.
Concorrem também Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, que é próximo do MDB do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-presidente José Sarney.
A grande questão, hoje, é qual será a ordem de indicações.
Dentre os cotados, Zanin é dado como o nome do "coração" de Lula – e avaliam que ele será indicado ao STF em alguma vaga. Uma corrente do PT pondera, no entretanto, que se o advogado ficar para a segunda vaga, teme que Lula enfrente pressão para indicar uma mulher para substituir Rosa Weber.
Existe, por outro lado, a aposta de que um terceiro ministro pode deixar o cargo e dar a Lula uma mais uma indicação ao STF: Luís Roberto Barroso, que, aos 64, poderia antecipar a aposentadoria – mas só após suceder Weber na presidência da corte.