Você está em:

Como Brasil se equilibra ante pressão chinesa no Brics

Presidente Lula e Fernando Haddad deram declarações dizendo que o grupo não é uma oposição ao Ocidente
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

Nos dois primeiros dias da 15ª Cúpula do Brics, o governo brasileiro deu demonstrações de que tenta se equilibrar ante a força que a China exerce sobre o grupo e aos temores de que o bloco criado em 2006 como uma alternativa à atual ordem global passe a ser visto como um grupo que se oponha frontalmente a ela.

Desde sua criação, a cooperação econômica entre os países foi o principal tema debatido pelos seus líderes. Em 2014, o grupo criou o Banco do Novo Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), que ficou conhecido como "Banco do Brics", atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Nesta quinta, foi confirmado oficialmente o processo de expansão do bloco.
O presidente da África do Sul, anfitrião da 15ª cúpula do bloco, anunciou que Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia foram "convidados" a entrar no grupo como membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024.

O termo "convite", segundo diplomatas, é uma formalidade técnica, uma vez que os países anunciados já haviam demonstrado interesse em entrar no bloco.

Nos últimos anos, a pressão feita pela China, com apoio da Rússia, pela expansão do grupo levantou dúvidas sobre se esse movimento teria como objetivo dar um caráter mais político ao bloco.

As dúvidas levantadas por analistas surgem em um momento em que as relações de China e Rússia com os Estados Unidos e União Europeia passam por desgastes.

A China é acusada pelos norte-americanos de práticas comerciais predatórias e de espionagem, o que o governo chinês nega.

Os russos, por outro lado, enfrentam sanções e críticas internacionais por conta da guerra na Ucrânia, que começou em 2022, quando tropas comandadas pelo presidente Vladimir Putin invadiram o país vizinho.

Nesse cenário, tanto o presidente Lula quanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vieram a público abordando os rumores de que o Brics caminhariam para ser um antagonista de outros grupos, como o G7, grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo.

Posts Relacionados

Lula promete reciprocidade se Trump taxar produtos brasileiros

Lula promete reciprocidade se Trump taxar produtos brasileiros

Declaração do presidente remonta atrito envolvendo a Colômbia e EUA, além de divergências sobre deportados

Lula vai participar de reunião da Celac para discutir migração, após polêmica com deportados

Lula vai participar de reunião da Celac para discutir migração, após polêmica com deportados

Os primeiros brasileiros deportados dos EUA após a posse de Trump chegaram ao Brasil na última semana

Brasil ‘não terá tabelamento’ de preços nem ‘fiscal do Lula nos mercados’, diz Rui

Brasil ‘não terá tabelamento’ de preços nem ‘fiscal do Lula nos mercados’, diz Rui

Segundo o ministro da Casa Civil, governo estuda a possibilidade de reduzir o imposto de importação de alimentos

‘Não temos que ter medo de enfrentar fake news’, diz Lula após recuo da fiscalização do PIX

‘Não temos que ter medo de enfrentar fake news’, diz Lula após recuo da fiscalização do PIX

Rodrigo Pacheco afirmou que 'aqueles que trabalham vencerão os que não trabalham e enganam a população brasileira'

Lula veta projeto aprovado pelo Congresso que equiparava diabetes tipo 1 a deficiência

Lula veta projeto aprovado pelo Congresso que equiparava diabetes tipo 1 a deficiência

O governo destacou que o conceito de deficiência deve ser avaliado com base em critérios biopsicossociais

Brasil assume presidência do Brics com foco em meio ambiente, comércio e IA

Brasil assume presidência do Brics com foco em meio ambiente, comércio e IA

Grupo reúne países como Rússia, Índia, China e África do Sul. Atividades do bloco serão concentradas no primeiro semestre

Corte de gastos: Câmara aprova texto-base que limita benefícios fiscais

Corte de gastos: Câmara aprova texto-base que limita benefícios fiscais

Esse projeto é o primeiro do pacote de corte de gastos enviado pelo governo ao Congresso na tentativa de conter as despesas

Relator da Reforma Tributária retoma ‘imposto do pecado’ sobre bebidas açucaradas

Relator da Reforma Tributária retoma ‘imposto do pecado’ sobre bebidas açucaradas

Bebidas açucaradas – como refrigerantes, refrescos e chás prontos – no rol de produtos sujeitos ao imposto seletivo

pt_BRPortuguese