O senador Humberto Costa (PT-PE), integrante do núcleo de Saúde na equipe de transição de governo, afirmou nesta sexta-feira (25) que o grupo chegou à conclusão de que o Brasil vive uma "possível nova onda" de Covid, acrescentando que a vacinação está "muito aquém" do esperado.
De acordo com os dados mais atualizados do consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde, 84,72% da população tomou a primeira dose da vacina; 80,08% tomaram a segunda dose; e 49,4% tomaram a dose de reforço.
Ainda segundo o consórcio, o Brasil soma 689.396 mortes por Covid desde o início da pandemia (71 óbitos nas últimas 24 horas). A média móvel de mortes está em 73 (alta de 59%), e a média móvel de casos, em 19 mil (alta de 133%).
"A pandemia não acabou. E nós estamos vivenciando, na nossa avaliação e na avaliação de alguns cientistas que estão fazendo estudos epidemiológicos, o início de uma possível nova onda. Estamos perto de 690 mil mortes", afirmou Humberto Costa nesta sexta.
"E uma preocupação que nós temos é com a vacinação. A vacinação está muito aquém daquilo que seria desejado para todas as faixas etárias", acrescentou.
Humberto Costa deu as declarações durante uma entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde atua a equipe de transição. Os ex-ministros Aloizio Mercadante, Arthur Chioro e José Gomes Temporão também participaram da entrevista.
Para Humberto Costa, é necessário que o governo federal reforce a vacinação contra a Covid em todas as faixas etárias.
O senador já disse que a área da Saúde precisa de R$ 22 bilhões a mais no ano que vem em comparação ao que foi previsto pelo governo Jair Bolsonaro.
Cobertura 'inadequada' de vacinas
Também presente à entrevista coletiva desta sexta-feira em Brasília, o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro afirmou que todas as vacinas obrigatórias para crianças com menos de um ano estão com "cobertura inadequada".
Segundo Chioro, a vacina BCG está com 70% a menos de cobertura. Ainda segundo ele, a vacina contra poliomielite também tem cenário "mais ou menos parecido".
"Ou seja, riscos concretos de reemergência de doenças que estavam erradicadas, como é o caso da poliomielite. E não há planejamento, não há informação", declarou.