O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que a ata do Comitê de Poítica Monetária (Copom), divulgada mais cedo pelo Banco Central, foi mais "analítica" e "amigável".
"Veio melhor que o comunicado [do Copom, divulgado na semana passada]. Mais extensa, analítica, colocando pontos importantes sobre o trabalho do Ministério da Fazenda. É uma ata mais amigável em relação aos próximos passos que precisam ser tomados", disse Haddad.
Nesta segunda-feira, Haddad chegou a reclamar do Copom, avaliando que a instituição poderia ter sido "um pouco mais generosa" com o governo, em suas avaliações, diante das medidas anunciadas em janeiro para melhorar as contas públicas.
Esse é mais um capítulo no ambiente de tensões existente entre o governo federal, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Banco Central autônomo chefiado por Roberto Campos Neto - indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e com mandato fixo até o fim de 2024.
O alto patamar da taxa de juros, o maior do mundo, tem sido criticado reiteradamente por Lula.
"É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira", disse ele nesta segunda (6).
Na ata do Copom, o BC avaliou que a execução do pacote fiscal do ministro Haddad, anunciado em janeiro, com foco principalmente na alta da arrecadação, "atenuaria os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação".
Apesar de uma referência mais clara ao pacote para as contas públicas, o BC observou que "será importante acompanhar os desafios na sua implementação" pelo governo. As medidas ainda precisam ser confirmadas pelo Congresso Nacional.
Em uma rede social nesta terça-feira, Lula afirmou ser favorável à responsabilidade fiscal, mas que a responsabilidade social é a "mais importante".
"No meu governo vamos levar muito a sério a questão do crescimento econômico", disse.
Sobre a possibilidade de mudança na meta de inflação, conforme indicação do presidente Lula, Haddad não negou que esse tema possa ser discutido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em seu próximo encontro.