A pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a Receita Federal mobilizou cinco servidores para fazer uma investigação com o objetivo de encontrar provas de vazamentos de informações fiscais do parlamentar. Mas eles não acharam nada que embasasse as alegações do senador de que as investigações das "rachadinhas" foram baseadas em dados ilegalmente vazados.
A informação foi publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo", que acessou documentos da apuração da Receita através da Lei de Acesso à Informação. Posteriormente, o g1 também teve acesso ao material.
Filho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro é acusado pelo Ministério Público de comandar um esquema de "rachadinhas" quando era deputado estadual. Ele argumenta que teve dados fiscais vazados irregularmente de dentro da Receita. Por isso, segundo o parlamentar, as denúncias contra ele seriam fundamentadas em procedimentos ilegais.
"Rachadinha" é uma prática irregular, que consiste em contratar servidores públicos mediante a imposição de ficar com parte do salário deles. De acordo com o Ministério Público, um esquema assim ocorreu no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
As denúncias envolvendo Flávio Bolsonaro começaram a ganhar repercussão em dezembro de 2018, quando um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentações financeiras suspeitas por parte de Fabrício Queiroz, assessor de Flávio e amigo da família Bolsonaro.
Desde então, o senador, que nega as acusações, busca invalidar as investigações.