O sistema do Exército aponta que a licença do ex-deputado Roberto Jefferson estava suspensa e que ele não poderia ter ou transportar armas fora de Brasília. As informações foram confirmadas por integrantes do Exército.
O endereço de Jefferson, que consta no sistema do próprio Exército, é de Brasília e não há guia de tráfego que autorizaria transporte de qualquer item do ex-deputado para o Rio de Janeiro. Ou seja, explica a fonte do exército, Jefferson “não poderia ter nada no Rio e para todos os efeitos, tudo que ele tem deveria estar em Brasília”.
O exército instaurou, nesta segunda-feira (24), um processo administrativo para apurar por que Jefferson armazenava armas no Rio de Janeiro. O processo deve levar ao cancelamento do registro da licença de CAC do ex-deputado.
Também foi instaurado um inquérito criminal pela Polícia Federal para investigar a posse das armas.
As CACs foram usadas por Bolsonaro para flexibilizar o acesso às armas pela população.
Em setembro, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu três liminares (decisões provisórias) que restringiam os efeitos de decretos editados por Bolsonaro que facilitam a compra de armas de fogo e de munições, além da posse de armamento no país.
Para Fachin, a suspensão dos decretos era urgente por causa da eleição que, na época, disse "exasperar o risco de violência política".
Os decretos já vinham sendo analisados pelo Supremo mas tiveram o julgamento suspenso em 2021, após pedido de vista do ministro Nunes Marques, um dos indicados por Bolsonaro à Corte.
Entenda
Roberto Jefferson atirou em policiais federais que cumpriam mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (23), na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Estado do Rio de Janeiro.
O ex-deputado resistiu a prisão, atacou os policiais a tiros e com pelo menos três granadas, ferindo dois policiais.