Os olhos:
Mesmo quem tem uma visão perfeita deve fazer um check-up oftalmológico anual. Há doenças cuja incidência aumenta com a idade, como glaucoma (principal fator de cegueira irreversível no mundo), catarata, degeneração macular, retinopatia diabética e descolamento da retina. Pacientes diabéticos integram um grupo de risco não só para a retinopatia: a hiperglicemia é comprovadamente um fator desencadeante da catarata.
Dentes e gengivas:
Já publiquei diversas colunas sobre a importância da saúde oral para o organismo. Adultos que sofrem de periodontite, infecção severa que ataca as gengivas – e depois os ossos que sustentam os dentes – têm risco aumentado para hipertensão.
Uma boca doente é uma espécie de “berçário” de agentes inflamatórios que podem se espalhar pela corrente sanguínea.
A produção da saliva, que tem papel relevante na limpeza da cavidade oral, diminui depois dos 50, situação que se agrava com os efeitos colaterais de medicamentos como antidepressivos, diuréticos e anti-hipertensivos. Nesse caso, caprichar na hidratação e higiene, não fumar, evitar bebidas alcoólicas e alimentos condimentados.
Os pés:
Normalmente, a gente só lembra deles quando começam a doer. Depois dos 50, isso é cada vez frequente, após décadas de negligência. Use um creme hidratante e aproveite para massagear a região. As unhas ficam mais frágeis e têm que ser aparadas com atenção, em linha reta e sem aprofundar nos cantos, para não encravarem. Mulheres, descartem os instrumentos de tortura de bico fino e salto alto que estão no armário. Sapatos confortáveis e estáveis devem ter a base larga, para acomodar o pé, e os dedos não podem ficar apertados. Experimente modelos até dois números acima do seu e surpreenda-se com a sensação de conforto.
Quadris e joelhos:
Para o médico Neil Cobelli, do Montefiore Medical Center, em Nova York, essas são partes do corpo bastante vulneráveis:
“Quadris e joelhos são submetidos a um estresse bem maior que os ombros, por exemplo, e a dor tem um impacto severo na qualidade de vida”.
Pessoas que praticam esportes têm mais chances de sofrer lesões nos joelhos que podem exigir cirurgia. Obesidade é outro fator de risco, pelo peso extra que representa.
Ouvidos:
No Brasil, estima-se que mais de 10 milhões enfrentem um quadro de perda auditiva, 57% acima dos 60 anos, mas o processo pode se iniciar na faixa dos 40 – você não precisa aumentar o volume da TV, mas passa a ter dificuldade de entender o que os outros dizem num ambiente barulhento. De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, as pessoas levam em média sete anos para buscar a ajuda de um especialista. O preocupante é que a surdez é a principal causa modificável de declínio cognitivo na velhice.