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Divã em alta: por que tanta gente está virando psicanalista ou psicólogo?

O Censo da Educação Superior aponta que a procura por cursos de psicologia disparou no Brasil entre 2010 e 2021
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Amanda Omura

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada oito pessoas tem algum transtorno ou doença mental no mundo. A pandemia e as crises que se acumularam nos últimos anos trouxeram a saúde mental para o primeiro plano das preocupações globais. No Brasil, de acordo com um levantamento da ONG de saúde Vital Strategies, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), do Rio Grande do Sul, os casos de depressão entre 2019 e 2022 (ou seja, antes e depois do auge da crise de covid-19) aumentaram 41%. Cada vez mais celebridades de diversas áreas, como recentemente o cantor sertanejo Zé Neto e o vocalista da banda de pop rock Imagine Dragons, Dan Reynolds, falam sobre a própria experiência, o que vem ajudando a derrubar tabus. Quando se percebe um aumento de casos e se fala mais sobre o assunto, é natural que a procura por ajuda também cresça. Nos Estados Unidos, a porcentagem de adultos que fazem algum tipo de terapia saltou de 9,5% para 12,6% entre 2019 e 2022, segundo a NCHS, a agência governamental para estatísticas de saúde. Isso acaba, consequentemente, impulsionando a demanda por mais profissionais. No Reino Unido, por exemplo, a Associação Britânica de Aconselhamento e Psicoterapia registrou um salto de 27% de associados entre 2020 e 2023. Por aqui, a tendência também é de alta. O Censo Brasileiro de Psicologia, de 2022, mostra que mais da metade (53,6%) dos psicólogos em atuação no país se formaram depois de 2010. O Censo da Educação Superior aponta que a procura por cursos de psicologia disparou no Brasil. Entre 2010 e 2021, o aumento de matrículas nessa graduação foi de 112,4%. No ano passado, na Fuvest, principal vestibular do país, psicologia ficou atrás apenas de medicina entre os cursos mais concorridos. Os novos terapeutas A Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), ao captar o aumento da demanda, criou um projeto de bolsas para formação de afrodescendentes, indígenas e refugiados. Além disso, criou um programa de formação para os chamados "leigos", profissionais que não vêm das áreas mais próximas da psicanálise, a psicologia e a medicina.

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