O que é este termo? Existe esse diagnóstico médico específico? A doença tem relação direta com a "Síndrome Autoimune-inflamatória Induzida por Adjuvante (Asia)"?
Especialistas explicam que "Doença do Silicone" é um termo popular cunhado sobretudo pelos próprios pacientes para descrever uma série de problemas associados aos implantes. Não é um nome técnico, embora sua utilização seja bastante comum.
Já a Síndrome Autoimune-inflamatória Induzida por Adjuvante é uma condição rara, um diagnóstico médico específico de uma doença que pode ser consequência do implante mamário. A síndrome pode ou não ter melhora com o explante, a retirada das próteses.
A questão-chave em torno do tema é que, todo implante, não somente o caso do silicone, irá causar uma reação local do organismo. Por isso, segundo os especialistas, uma avaliação médica multidisciplinar é importante tanto no pré como no pós-operatório.
A "doença do silicone"
O cirurgião plástico, mestre em Direito à Saúde e secretário nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Eugenio Gonzalez Cação, explicou que o termo 'Doença do Silicone' se refere a um conjunto de sinais e sintomas causados pelo uso do silicone, apesar de não ser um termo técnico.
Segundo o especialista, o termo qualifica várias patologias relacionadas ao uso de silicone em próteses ou líquidos injetáveis.
Na lista das situações que costumam ser encaixadas no termo "doença do silicone", a mais comum é a contratura capsular, um das principais causas de trocas de implantes. Ela acontece quando a cápsula (a cicatriz formada pelo implante) fica em contato com o líquido do silicone, mudando o formato da mama e causando dor, em alguns casos.
Outro problema é ocorrência de um tipo de câncer como o linfoma anaplásico de células grandes (ALCL), que é bastante raro: estima-se que um caso acontece a cada 500 mil mulheres com próteses.
Ele é causado também pelo acúmulo tardio do seroma e os principais sintomas são um inchaço persistente, a presença de massa ou dor constante na área do implante mamário. Alguns pacientes também relatam um nódulo sob a pele ou a contratura capsular.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a maioria dos pacientes é tratada apenas com a remoção da prótese e da cápsula, sem a necessidade de quimioterapia ou radioterapia.