Pesquisa divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a taxa de participação feminina na força de trabalho já era de 54,5%. Isso indica, em parte, que as mulheres almejam alçar voos cada vez mais altos quando o assunto é carreira profissional. No entanto, o relógio biológico não espera e, depois da menopausa, elas nem sempre conseguem engravidar sem ajuda da ciência.
Isso ocorre porque, ao contrário do homem, que produz espermatozoides a vida inteira, a mulher não produz óvulos para sempre, conforme explica Renato Fraietta, professor adjunto livre-docente, vice-chefe da disciplina de Urologia e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Inseminação intrauterina
Essa é a técnica mais antiga. Nesse caso, a mulher toma medicamentos (injetáveis ou orais) para estimular a ovulação e depois passa por um acompanhamento do seu ciclo menstrual através de exames de ultrassonografia, portanto, a inseminação só pode ser feita enquanto ela ainda menstrua.
"Não devemos chamá-la de artificial, porque não tem nada de artificial. As pessoas chamam assim talvez porque não é o ciclo natural da mulher, mas o DNA é do casal. Será o filho do casal e uma gestação como qualquer outra", orienta Fraietta.
Esse é um procedimento ambulatorial que não precisa de anestesia e nem de repouso. De acordo com os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, a taxa de sucesso fica entre 10 e 25% por tentativa.
Contudo, não é indicado fazer mais de três tentativas de inseminação, especialmente, pelo custo-benefício. Em média, a inseminação intrauterina custa entre R$ 5 e 10 mil, dependendo da clínica. Sem sucesso, a orientação médica é partir para a fertilização in vitro.
Fertilização in vitro
Esse é considerado o tratamento mais eficaz, principalmente, se a mulher fez o congelamento dos óvulos antes dos 35 anos. Mas vale ressaltar que uma gestação não é recomendada a partir dos 50 anos.
A fertilização não coloca o sêmen no útero da mulher. Nesse método, a mulher recebe uma carga bem maior de medicamentos hormonais e o especialista, com anestesia, aspira (tira) os seus óvulos e os fertiliza com os espermatozoides do parceiro no laboratório que, por sua vez, vai propiciar o desenvolvimento do embrião— unindo óvulo e espermatozoide.
Após a formação, os embriões são implantados na mulher, que pode grudar ou não.
O que está disponível no SUS?
"Não existe um código na tabela SUS que contemple esses métodos assistidos" afirma o coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo.
No entanto, Fraietta pontua que, no Brasil, existem cerca de 13 serviços assistidos de reprodução humana em alguns hospitais públicos.