Você está em:

Já ouviu falar de depressão tardia? Descoberta pode auxiliar prevenção e tratamento

Enfermidade acomete pessoas com mais de 55 anos e é confundida com outras questões de saúde
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

Uma pesquisa da Unicamp identificou que a alteração nos índices de 75 proteínas presentes no sangue têm relação com a depressão tardia - doença que acomete pessoas com 55 anos ou mais. A descoberta pode prevenir a doença, ajudar no diagnóstico e também no tratamento da enfermidade.

Por afetar pessoas mais velhas, esse tipo de depressão pode ser confundida com outras questões de saúde, como menopausa ou alteração na tireoide, explica a psicóloga Ana Silvia Rennó.

Isso dificulta o diagnóstico. "Geralmente as pessoas tendem a olhar a causa física, deixando a causa emocional de lado", informou Rennó.

Foi o que ocorreu com a aposentada Angélica Petry, que teve os sintomas associados à menopausa e só descobriu a depressão após a filha se esforçar para que ela pedisse ajuda.

"Eu tive pânico e daí era muita irritabilidade, muito choro. Um dia minha filha falou: 'mãe, chega. Vamos para um psiquiatra, vamos procurar um profissional, você precisa de ajuda'. No início eu resisti um pouco", admite.

"Depois que eu comecei a fazer tratamento, que tomo remédio até hoje, é outra qualidade de vida, sabe?", completa a aposentada.

As descobertas da Unicamp
O estudo, que durou um ano e meio e acompanhou 50 pacientes, identificou nos portadores da depressão tardia a alteração nas 75 proteínas. Essas mudanças nas taxas não foram encontradas nas pessoas livres da doença.
"Nós coletamos sangue de pacientes com depressão tardia e a gente procurou alterações palpáveis, facilmente detectáveis no sangue dessas pessoas. Isso então pode ser um indicativo, pode ajudar num eventual diagnóstico dessa doença ou até predizer que alguém vai ter esse enfermidade", explicou o professor da Unicamp Daniel Martins de Souza.

"E também ajudar usando essas proteínas como alvos para novas terapias (tratamentos)", completou o pesquisador.
A pesquisa apontou, ainda, que seis dessas proteínas estão relacionadas com a forma mais grave da enfermidade.

Quais os próximos passos?
Com a descoberta das proteínas relacionadas à depressão, Daniel Martins de Souza analisa que é hora de se debruçar sobre os medicamentos que podem ajudar a equilibrar a taxa delas no sangue.

"Essas proteínas têm um papel biológico no organismo. Sabendo mais sobre a biologia da depressão tardia, esses resultados podem ser usados para reaproveitar eventuais medicamentos que toquem na produção dessas proteínas ou até no que a biologia que estas proteínas estão envolvidas".

Posts Relacionados

Microagulhamento: como funciona a técnica que promete melhorar a beleza e a saúde da pele

Microagulhamento: como funciona a técnica que promete melhorar a beleza e a saúde da pele

Ele é feito com agulhas de metal muito finas que fazem microperfurações na pele e, podem estimular a produção de colágeno

Como os exercícios físicos ajudam na saúde mental?

Como os exercícios físicos ajudam na saúde mental?

Exercícios físicos têm impacto na saúde mental devido a uma combinação de efeitos fisiológicos, neuroquímicos e psicossociais

O impacto de um diagnóstico de Alzheimer precoce

Grupos de apoio são fundamentais para lidar com a situação, que também é devastadora do ponto de vista financeiro

Remédio nem sempre é indicado para tratar insônia; entenda mais sobre o distúrbio

Remédio nem sempre é indicado para tratar insônia; entenda mais sobre o distúrbio

A insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade de adormecer, permanecer dormindo ou ambos

Sociedade Internacional de Menopausa defende os benefícios da reposição hormonal

Sociedade Internacional de Menopausa defende os benefícios da reposição hormonal

Com acompanhamento médico, até mulheres acima dos 65 anos poderiam ter uma melhora em sua qualidade de vida

Casos de mpox passam de 100 mil em todo o mundo, diz OMS

Casos de mpox passam de 100 mil em todo o mundo, diz OMS

Novo relatório divulgado pela OMS mostra que desde 1º de janeiro de 2022 foram registrados 103.048 casos da doença

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

Trabalho apresentado em congresso de cardiologia revela que doença pode lesar o coração e os vasos sanguíneos

Estudo aponta picos de envelhecimento aos 44 e aos 60 anos

Estudo aponta picos de envelhecimento aos 44 e aos 60 anos

Uma pesquisa recente indica que o corpo humano passa por dois picos de mudanças moleculares – ligadas ao envelhecimento

pt_BRPortuguese