A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou no domingo (24/4) pelo menos 169 casos de hepatite aguda de origem desconhecida.
A maioria das notificações está na Europa e envolve bebês, crianças e adolescentes entre um mês a 16 anos. Do total, 17 (aproximadamente 10%) necessitaram de transplante de fígado e até o momento uma morte foi registrada.
Segundo a OMS, foram notificados 114 casos no Reino Unido, 13 na Espanha, 12 em Israel, nove nos EUA, seis na Dinamarca, pelo menos cinco na Irlanda, quatro na Holanda, dois na Noruega, dois na França, um na Romênia e um na Bélgica.
Desde que os primeiros casos foram notificados no Reino Unido no início deste mês, houve "registros de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças pequenas" em outros países, disse a OMS.
Mas, até agora, "não se sabe se houve um aumento nos casos de hepatite ou um crescimento da conscientização sobre os casos de hepatite que ocorrem na taxa esperada, mas não são detectados", ressalvou o braço da ONU para a saúde.
Investigações estão em andamento para determinar o agente causador, "embora o adenovírus seja uma hipótese possível", acrescentou a OMS.
Casos
De acordo com a OMS, os casos identificados apresentaram hepatite aguda (inflamação do fígado), "com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas".
"Muitos casos manifestaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos antes da apresentação com hepatite aguda grave e aumento dos níveis de enzimas hepáticas (aspartato transaminase (AST) ou alanina aminotransaminase (ALT) acima de 500 UI/L) e icterícia (coloração amarelada da pele/olhos)."
A maioria dos casos não apresentou febre.
Chama atenção, no entanto, que não foram detectados em nenhum dos casos os vírus comuns que causam hepatite viral aguda (vírus da hepatite A, B, C, D e E).
"Viagens internacionais ou links para outros países com base nas informações atualmente disponíveis não foram identificados como fatores", completou a OMS em comunicado distribuído à imprensa.
Investigação
Segundo a OMS, o adenovírus foi detectado em pelo menos 74 casos e, do número de casos com informações sobre testes moleculares, 18 foram identificados como F tipo 41.