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O que a maior revisão de estudos sobre comidas ultraprocessadas revelou

Ultraprocessados, como cereais matinais e refrigerantes, foram associados a 32 efeitos prejudiciais à saúde
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Amanda Omura

Os alimentos ultraprocessados, como cereais matinais e refrigerantes, foram associados a 32 efeitos prejudiciais à saúde, de acordo com a maior revisão de estudos sobre o tema realizada até o momento.

Globalmente, acredita-se que uma em cada cinco mortes se deve a uma má alimentação, e o papel dos alimentos ultraprocessados tem chamado bastante atenção em vários estudos nos últimos anos.

O termo "alimentos ultraprocessados" começou a ser usado há apenas 15 anos para permitir que os pesquisadores investiguem o efeito do processamento de alimentos na saúde.

Esta nova revisão, chamada "guarda-chuva", analisou vários estudos recentes — que envolveram quase 10 milhões de pessoas —, reunindo grande parte dos dados disponíveis e fornecendo uma imagem geral de como os ultraprocessados afetam a nossa saúde.

Os resultados relacionam o consumo de grandes proporções de ultraprocessados na dieta com consequências negativas para a saúde e morte precoce devido a uma série de condições, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2, obesidade e problemas de saúde mental.

As dietas que contêm altas proporções de ultraprocessados são, sem dúvida, prejudiciais à saúde, e o novo estudo respalda a relação deles com uma ampla variedade de doenças. Mas ainda há dúvidas sobre os mecanismos específicos pelos quais estes alimentos nos deixam doentes.

Os pesquisadores propuseram vários mecanismos ao longo dos anos. Entre eles, o baixo valor nutricional, uma vez que alguns ultraprocessados podem ser ricos em gordura, açúcar e sal, pobres em fibras e deficientes em vitaminas, minerais e antioxidantes essenciais.

Outros mecanismos incluem a falta de estrutura e textura, o que acelera o consumo, aumenta os níveis de açúcar no sangue — e é menos eficaz na redução do apetite. Muita atenção também tem sido dada aos aditivos e outras substâncias químicas, sejam adicionados aos alimentos, ou como contaminantes das embalagens ou do ambiente.

A qualidade das evidências varia
Um aspecto interessante desta revisão é o fato de que a força dos resultados varia entre os estudos — e algumas das correlações são fracas. Isso provavelmente se deve em parte à ampla variedade de alimentos contidos na categoria ultraprocessados.

Pela definição, são alimentos que podem conter aditivos e substâncias químicas — e são intensamente processados usando ingredientes refinados e reconstituídos, com os quais os consumidores podem não estar familiarizados.

Isso abrange alimentos tão diversos quanto sorvete, salgadinhos, pão de forma integral, carnes processadas e margarinas com baixo teor de gordura. Esses alimentos tão diferentes, contendo ingredientes e valor nutricional bastante distintos, provavelmente vão ter efeitos bem diferentes na nossa saúde.

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