Durante exercícios de baixa e média intensidade (como caminhar e andar de bicicleta), a maioria de nós inspira pelo nariz e expira pela boca. Mas, quanto mais intenso se torna o exercício, maior é a nossa tendência de respirar exclusivamente pela boca.
A maioria de nós acredita que respirar pela boca é a melhor técnica durante exercícios intensos, já que permite que maior quantidade de oxigênio chegue aos nossos músculos. Mas as evidências indicam o contrário – respirar pelo nariz, na verdade, pode ser melhor para os exercícios de alta intensidade (como corridas).
Diversos estudos demonstraram que, quando nos exercitamos em diferentes intensidades, nosso corpo consome menos oxigênio quando respiramos pelo nariz, em comparação com a respiração pela boca. Pode não parecer um benefício, mas isso indica, basicamente, que o corpo ainda consegue realizar a mesma quantidade de exercício, utilizando menos oxigênio.
Esta pode ser uma vantagem real, especialmente para os atletas de resistência, pois a economia de movimentos é fundamental para o sucesso.
Pense no oxigênio como o combustível de um automóvel. Quanto mais quilômetros por litro o carro fizer, melhor é a sua "economia de combustível".
O mesmo se aplica ao oxigênio. Quanto menos oxigênio for usado para cada passo, menos energia a pessoa consome – e, portanto, mais econômica ela é.
Isso significa que você pode correr mais, sem ficar exausto com tanta rapidez.
Respirar pelo nariz também é associado à redução do volume de ar inalado – o que faz sentido, já que as narinas são muito menores que a boca e não conseguimos inspirar a mesma quantidade de oxigênio de cada vez.
Mas o mesmo estudo também concluiu que as pessoas respiram com menos frequência pelo nariz quando se exercitam, o que não parece ser tão lógico.
O ponto principal é entender que o ar se move da pressão alta para a pressão mais baixa, o que ajuda no seu trânsito do ambiente aberto para dentro dos pulmões.
Embora o volume de ar seja menor na cavidade nasal em comparação com a boca, a pressão é maior – o que significa que o ar se move mais rapidamente para o sistema respiratório. Como resultado, o oxigênio pode ser fornecido com maior rapidez para os músculos em funcionamento.
E cada respiração também libera maior quantidade de oxigênio, o que explica por que não há diferença nos batimentos cardíacos quando respiramos pela boca ou pelo nariz, durante o mesmo exercício.
Por isso, embora estejam entrando menores volumes de oxigênio no organismo, isso indica que o coração não precisa trabalhar mais para fornecê-lo para os músculos. Ou seja, o coração não sofre estresse adicional quando respiramos pelo nariz durante os exercícios.
Os pesquisadores indicam ainda que respirar pelo nariz aumenta a produção de óxido nítrico, que faz com que o oxigênio atinja os pulmões e os músculos com mais facilidade e também pode evitar danos causados por patógenos suspensos no ar, como vírus.
O óxido nítrico presta este serviço reduzindo a pressão sanguínea e ajudando o sangue a fluir com mais facilidade, permitindo que o tão necessário oxigênio atinja os músculos em funcionamento.