A rinite alérgica, quadro marcado por nariz entupido, espirros repetidos, coceira no rosto e dificuldade para respirar, costuma piorar no outono ou no inverno e está relacionada a alguns gatilhos do ambiente, como poeira, pelos de animais, ácaros e pólen.
Embora o tratamento tenha evoluído bastante nas últimas duas ou três décadas, a verdade é que realmente não existe uma cura para a rinite — e muitos cientistas acreditam que nunca veremos uma solução definitiva para esse problema.
Narinas travadas
O nariz funciona como um verdadeiro filtro do nosso sistema respiratório. Ele conta com diversas estruturas e mecanismos para barrar a entrada de partículas perigosas, que podem prejudicar o funcionamento dos pulmões.
Vamos a um exemplo prático: imagine que um vírus tente invadir suas narinas. O organismo fará de tudo para expulsá-lo assim que possível, de modo a evitar problemas maiores.
Nessa situação, o sistema de defesa desencadeia uma série de ações, chamadas genericamente de processo inflamatório, para aniquilar o invasor — é por isso que o nariz fica inchado, cheio de secreção e não para de espirrar.
"O problema é que, na rinite alérgica, essa reação acontece diante de substâncias que não são nocivas", diferencia o otorrinolaringologista Márcio Salmito, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Um caminho árduo
O médico Antonio Condino, do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, explica que aquela reação imunológica por trás da rinite é muito complexa e recruta diferentes tipos de células.
"Um dos glóbulos brancos que está envolvido nesse processo é o mastócito, que libera uma substância chamada histamina", exemplifica. A tal da histamina, aliás, é uma das responsáveis por sintomas como a coceira e a vermelhidão.
Ou seja: não há um alvo único que, ao ser desligado ou inibido, vai evitar definitivamente a crise de espirros e a dificuldade de respirar.
Como desentupir o nariz
Após o diagnóstico, o primeiro passo fundamental para controlar as crises de rinite é fazer algumas modificações em casa.
"É preciso ventilar bem o quarto, fazer limpezas regulares, trocar lençóis uma vez por semana e evitar carpetes, tapetes, bichos de pelúcia e cortinas de pano", recomenda Silva.
Vale também colocar o travesseiro e o colchão no sol de vez em quando e lavar roupas, cobertores e edredons que estão guardados no armário por muito tempo antes de utilizá-los.