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Síndrome de Guillain-Barré é contagiosa? Entenda doença

Peru declarou emergência de saúde, após a morte de quatro pessoas por essa doença, que afeta o sistema neurológico
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Amanda Omura

A síndrome de Guillain-Barré é uma condição neurológica rara e grave, em que o sistema imunológico do corpo ataca o sistema nervoso periférico. Isso resulta em uma inflamação dos nervos, que por sua vez leva à fraqueza muscular, formigamento, dormência e, em casos mais graves, paralisia.

A doença é contagiosa?
Segundo a Fiocruz, a doença não é contagiosa ou transmissível, ou seja, não se transmite de pessoa para pessoa. Trata-se de uma manifestação autoimune.

Quais são os sintomas?
Os sintomas costumam ser motores. Na maioria dos casos, tem caráter ascendente, ou seja, começa pelos pés, "sobe" para as pernas e posteriormente atinge os braços. Há dificuldade para andar e manusear objetos.

"Podendo chegar à paralisia da face, em que o indivíduo fica sem expressão facial", explica o neurologista Osvaldo Nascimento, da Universidade Federal Fluminense.

Os sintomas sensitivos também podem estar associados à síndrome e podem ser desde dormência nos pés ou pernas e mãos, até mesmo dores distribuídas nestas regiões.
Outros sinais e sintomas que podem estar relacionados à Síndrome de Guillain-Barré, segundo o Ministério da Saúde:
Sonolência;
Confusão mental;
Coma;
Crise epiléptica;
Alteração do nível de consciência;
Perda da coordenação muscular;
Visão dupla;
Fraqueza facial;
Tremores;
Redução ou perda do tono muscular;
Dormência, queimação ou coceira nos membros.

Qual a causa?
Algumas condições podem precipitar uma reação imunológica e essa reação "atacar" o sistema nervoso, mas não existe uma causa específica.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, várias infecções têm sido associadas à Síndrome de Guillain-Barré, sendo a infecção por Campylobacter, que causa diarréia, a mais comum.

Outras infecções encontradas na literatura cientifica que podem desencadear essa doença incluem Zika, dengue, chikungunya, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, sarampo, vírus de influenza A, Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C, HIV, entre outros.

Como é feito o diagnóstico?
Não há um teste específico para o diagnóstico. Nascimento explica que síndrome é um conjunto de sinais e sintomas. No caso da Guillain-Barré, estes sintomas são clínicos nos primeiros dias, ou seja, não aparecerá em exames. Por isso é difícil diagnosticar a síndrome.

"O médico precisa estar atento a isso, ao reconhecimento clínico. O neurologista tem uma intimidade maior com o diagnóstico, mas é importante que se considere que este paciente vai procurar a emergência, então é importante que o profissional da área de saúde tenha o conhecimento para ajudar a reconhecer e com isso direcionar para o tratamento médico adequado", diz Nascimento.

Como é feito o tratamento?
O tratamento vai depender da situação clínica do paciente. Em alguns casos, o paciente pode ter paralisia da musculatura respiratória e alterações do ritmo cardíaco e precisa ficar internado da Unidade de Terapia Intensiva.

Geralmente, o tratamento é feito com imunoglobulina ou plasmaferese.

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