A dermatite atópica, uma alergia que provoca a inflamação da pele - a primeira camada de proteção do corpo.
Aparecem a vermelhidão, o ressecamento e lesões, principalmente, nas dobras do corpo como cotovelos, mãos e pescoço. As terminações nervosas - que ficam em contato com a pele - levam o sinal de coceira para cérebro. Uma sensação perturbadora.
A dermatite atópica também é conhecida como eczema atópico. De origem grega, o termo significa pele que ferve. As causas são múltiplas, envolvem um sistema imunológico descontrolado, uma pele muito sensível à invasão de alérgenos e - na maioria dos casos - herança genética.
"Se a gente for pensar nessa camada mais externa da pele, como um muro, que protege a gente contra agressões externas, irritantes, bactérias penetrarem e não deixa a água sair. Quem tem dermatite atópica o muro não é muito bom. Isso faz com que eu perca muita água e resseque muito minha pele, então o hidratante é um selador é fundamental, faz parte do tratamento", explica o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Fábio Kuschnir.
Dermatite atópica severa: ansiedade ou depressão
Metade das pessoas com dermatite atópica severa sofre com ansiedade ou depressão. É o caso do Pedro. Os médicos orientam: com tratamento contínuo e adequado - e uma rede de apoio - é possível enfrentar as restrições impostas pelas alergias. E fazer atividades que divertem e dão prazer.
"Nosso objetivo é fazer a roda girar para frente. A doença não impede de fazer as coisas, mas é preciso alguns ajustes", diz a médica Ana Paula Moschione.
Vida social
A dermatite atópica pode restringir ou mesmo limitar atividades habituais e laborais, afetando a vida social, acadêmica e profissional, em razão da alteração no padrão de sono, da coceira que afeta o foco, da presença de lesões em locais aparentes e da necessidade de acompanhamento médico periódico. Até um terço dos pacientes concorda que suas vidas acadêmicas e profissionais foram afetadas por conta da doença de pele. Além disso, por volta de 14% dos pacientes adultos acreditam que a dermatite tenha limitado seu crescimento profissional.
O impacto na qualidade de vida está diretamente relacionado à gravidade da doença. O estresse é um dos fatores agravantes da dermatite atópica bastante citado pelos pacientes. Atualmente já foi comprovada a associação entre dermatite atópica e quadros de ansiedade e depressão. Mais de 20% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave apresentam sintomas depressivos.
Tipos de apoio
O tratamento do paciente com dermatite atópica deverá incluir uma equipe multidisciplinar, conforme necessidade, e tratamento medicamentoso e não medicamentoso.
A equipe profissional, dependendo das outras manifestações de alergia, pode contar com oftalmologista, pneumologista, otorrinolaringologista, nutricionista, além do dermatologista. Outro profissional que poderá ajudá-los na caminhada para o controle da dermatite é o psicólogo e, às vezes, até mesmo o psiquiatra.