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Agricultores lamentam perdas após passagem de ciclone pelo RS: ‘não tenho mais nada’

O fenômeno teve origem em um sistema de baixa pressão, que provocou chuvas intensas no último dia 4
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Amanda Omura

A passagem do ciclone extratropical pelo RS causou prejuízos não só nas áreas urbanas das cidades, mas também no interior. Em uma das regiões do estado mais atingidas, o Vale do Taquari, o rio que dá nome ao local subiu devastando plantações, galpões e animais. Agricultores relatam perdas que ainda não foram calculadas.

Uma dessas propriedades fica em Colinas. O proprietário, Seno Messer, de 62 anos, conta perdeu tudo o que trabalhou a vida inteira para conquistar.

"Há 40 anos que eu tô na atividade da criação de leitões, suínos, enfim. E, agora, a destruição total. Durante toda a minha vida, eu trabalhei para conquistar o que eu tinha. Já tô com 62 anos e, agora, o que aconteceu? Essa tragédia. Não tenho mais nada. Eu preciso recomeçar do zero. Começar tudo de novo", lamenta.

Messer tinha 360 porcos. Conseguiu retirar parte deles dos galpões, mas o restante morreu. Além da criação de suínos, plantava milho, que já estava em estado avançado de desenvolvimento. A água não deixou nada.

Em outra propriedade rural, uma família dependia da criação de leite para sobreviver. A água do rio chegou ao teto do galpão onde eram mantidas 28 vacas. Todas morreram. Vilson Imhoff, de 55 anos, não sabe como vai tocar a vida a partir de agora.

“Cinquenta e cinco anos, faltam cinco para se aposentar. Não tem como investir, começar de novo. Única coisa que eu posso fazer, é fazer biscate para conseguir viver. Não tem como reconstruir isso”, diz.
Ainda não há dados oficiais do tamanho do prejuízo causado pelos temporais no interior. A Defesa Civil divulgou que há 2.944 desabrigados; 7.607 desalojados; 25 desaparecidos; e 41 mortos. O número de afetados ultrapassa 122 mil.

Tragédia
As mortes registradas no Rio Grande do Sul já superam a maior tragédia natural das últimas quatro décadas no estado, quando 16 pessoas morreram em junho. Em entrevista na noite de terça (5), o governador Eduardo Leite confirmou que se trata da pior tragédia natural que já atingiu o estado.

O fenômeno teve origem em um sistema de baixa pressão, que provocou chuvas intensas ao longo da segunda-feira (4). Conforme se deslocou em direção ao oceano, o fenômeno ganhou intensidade. À noite, formou-se o ciclone.

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