O número de veículos no estado de São Paulo que trocaram o uso de combustíveis convencionais pelo do chamado GNV, Gás Natural Veicular, nos cinco primeiros meses de 2022 mais do que dobrou quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Dados do Detran-SP obtidos com exclusividade pela GloboNews, mostram que de janeiro a maio deste ano foram realizadas 3.600 solicitações de conversão para GNV no território paulista, contra 1.625 nos mesmos meses de 2021.
Esse aumento ocorreu em meio a uma série de reajustes nos preços dos combustíveis por parte da Petrobrás, o que deixou o GNV mais vantajoso, comparado à gasolina e ao álcool.
Contudo, no início de maio, a empresa anunciou o reajuste trimestral do gás natural, uma alta de 19%, impactando nos preços encontrados pelos consumidores nos postos e, consequentemente, na procura pela conversão do veículo.
De acordo com Alexsandra Lima, administradora de uma oficina que realiza instalação de kit de GNV, a procura pelo procedimento começou a cair quando o preço do combustível gasoso ultrapassou o do álcool.
Até o início de junho, estavam fazendo de três a quatro conversões por dia, mas esse número despencou. Nas últimas duas semanas, realizaram um total de seis.
Vantagens do GNV
Consome menos combustível por quilômetro rodado;
Por ser um material seco, aumenta a vida útil do motor e o intervalo de trocas de óleo;
Emite baixos níveis de gases poluentes, como nitrogênio, gás carbônico, dióxido de enxofre e monóxido de carbono.
Segundo Celso Argachoy, professor de Engenharia Mecânica do Insper, apesar de requerer um investimento inicial de custo elevado – cerca de R$ 6 mil –, a troca pelo GNV pode compensar a longo prazo.
O período necessário para que haja um retorno financeiro varia de acordo com o padrão de uso do veículo, sendo menor para motoristas que percorrem longas distâncias diariamente – na ordem de 100 km por dia – e maior para aqueles que circulam pouco.