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Falta de luz: brasileiros registram mais de 5 milhões de queixas contra distribuidoras de energia

O tempo de resposta das distribuidoras para o atendimento a emergências piorou na última década em todo país
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Amanda Omura

Em 2024, os brasileiros registraram mais de 5 milhões de queixas de falta de energia elétrica. E o tempo de resposta das distribuidoras para essas emergências piorou. A pensionista, Nélia Mello não pode ver televisão. Nem ligar o ventilador. A geladeira foi esvaziada pra evitar que os alimentos estragassem. "Deixei na casa da minha neta", conta. Parte da rua onde a dona Nélia mora, em Queimados, na Baixada Fluminense, está sem energia elétrica faz seis dias. Na segunda-feira (13), dona Nélia se sentiu mal e não teve como chamar socorro. O celular estava sem bateria. "Acontece uma coisa dessa, você olha para um lado, olha para o outro... Meu Deus do céu, de novo isso, não." Na semana passada, um caminhão passou por lá e arrancou os cabos de energia que abastecem as casas. Os moradores logo acionaram a empresa responsável pelo fornecimento de luz. Mas reparo que é bom, nada até agora. A demora para realizar consertos de emergência não é exclusiva da região. O tempo de resposta das distribuidoras para o atendimento a emergências piorou na última década em todo país, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica. Em 2024, os clientes fizeram 5,7 milhões de chamados relativos à falta de luz. O tempo médio de espera foi de mais de oito horas. Em 2015, o atendimento levava em média seis horas. Renato Queiroz, professor de engenharia da UFRJ, diz que a redução de funcionários e a falta de fiscalização da agência reguladora contribuíram para esta piora no atendimento. "Tem que ter cuidado também que tudo agora é mudança climática e nem tudo pode ser culpa da mudança climática. Pode ser, um pouco, falta de uma manutenção adequada", destaca. A Agência Nacional de Energia Elétrica informou em nota que a falta de atendimento adequado pode gerar diversas sanções às distribuidoras, como a restrição ao pagamento de dividendos aos acionistas, redução de reajuste tarifário e até a descontinuidade da concessão. A agência não respondeu quantas multas foram aplicadas.

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