O Japão suspendeu temporariamente as compras de carne de aves produzidas no Espírito Santo, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A comercialização com os demais estados continua normalmente.
A decisão vem depois de o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) registrar o 1° caso de H5N1 em aves de criação para subsistência - ou seja, consumo próprio - no Espírito Santo, na terça-feira (27). O caso se trata de um ganso, que estava em uma propriedade que cria também pato, marreco e galinha.
Até a tarde desta quarta-feira (28), o Brasil não registrou nenhum caso em aves de criação comercial.
Segundo nota da ABPA, o Japão já não importava produtos do Espírito Santo antes do caso.
Ainda assim, o país é um dos que mais compra carne de aves produzidas no Brasil, representando 11% do total vendido para fora em 2022, aponta o Comex Stat, portal de estatísticas de comércio exterior brasileiro. Ele perde para a China (15) e empata com os Emirados Árabes Unidos.
Já o Espírito Santo representa apenas 0,19% do total exportado pelo Brasil em 2022.
No mesmo ano, o Paraná foi o estado líder na venda para o exterior, representando 39,8%, de acordo com o Comex Stat. Ele é seguido por Santa Catarina (21,7%), Rio Grande do Sul (16,4%), São Paulo (5,56%) e Goiás (4,91%).
A associação diz ainda que a "decisão tomada pelas autoridades japonesas não está em linha com as orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que indica suspensão de comércio apenas em casos registrados em produção comercial".
Nesta terça-feira, o Ministério da Agricultura Brasileiro disse que o caso registrado não traz restrições ao comércio internacional de produtos de aves do país. E que o consumo de produtos avícolas continua seguro.
Número de casos
Atualmente, o Brasil conta com 53 focos de gripe aviária. Com exceção do caso confirmado nesta terça, todos os outros foram detectados em aves silvestres, nos estados da Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além do Espírito Santo.
O primeiro caso no Brasil foi confirmado no dia 15 de maio. Pouco depois, o governo federal criou um centro de emergência para controlar a doença.