A mancha de poluição do Rio Tietê cresceu 31% no último ano, segundo relatório divulgado pela ONG SOS Mata Atlântica: as águas consideradas ruins passaram de 122 km em 2022 para 160 km de extensão em 2023.
O número representa 27,7% dos 576 km monitorados do rio. No ano passado, a mancha já tinha crescido 40% em relação ao ano anterior.
O estudo, divulgado nesta terça-feira (19), apresenta a evolução dos indicadores de qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Tietê, o maior rio do estado de São Paulo, com 1,1 mil quilômetros de extensão, com base nos dados do monitoramento mensal realizado por grupos voluntários integrantes do programa Observando os Rios.
A bacia do rio Tietê abrange 265 municípios, numa área total de 9.172.066 hectares, com 79% do seu território inseridos no bioma Mata Atlântica (7.227.066 hectares) e, o restante, no Cerrado.
Segundo a SOS, um dos fatores que podem explicar a situação é a questão climática: "O regime de chuvas está cada vez menos regular, com interferência direta nas vazões do rio e no volume de água nos reservatórios da bacia hidrográfica. O período de seca resulta na concentração de poluentes e nutrientes que comprometem a qualidade da água; e, ao mesmo tempo, temporais acarretam o carreamento de cargas difusas de poluição", aponta o documento.
"Ainda elencando possíveis motivos para o aumento na mancha de poluição, há de se ressaltar o grande número de pessoas que não têm acesso à moradia digna e que, portanto, obviamente, também não estão ligadas ao sistema de tratamento de esgoto".
Qualidade das águas das bacias do Alto e Médio Tietê
A SOS Mata Atlântica apontou que a qualidade da água classificada como boa nas bacias do Alto e Médio Tietê caiu de 16,2% para 10,8%, apesar de os trechos considerado ruim e péssimo também terem diminuído.
Segundo a entidade, em 2022, 13,5% da água das bacias era considerada de qualidade péssima. Em 2023, houve melhora, e o número passou para 8,1%. A dinâmica também foi observada na água considerada ruim: de 16,2% em 2022 para 13,5% em 2023.
Enquanto isso, os trechos do rio considerados como tendo qualidade de água regular subiram de 54,1% para 67,6%.