Resultados de um estudo científico publicado nesta quarta-feira (4) apontam que uma nova vacina experimental contra a mpox, desenvolvida pela farmacêutica Moderna, é mais eficaz em reduzir os sintomas e a gravidade da doença em macacos.
Os dados foram divulgados na prestigiada revista científica "Cell" e são considerados promissores, se possíveis de serem replicados em seres-humanos. No estudo, os pesquisadores compararam a eficácia do imunizante, chamado de mRNA-1769, com a vacina da Imvanex/Jynneos, fabricada pela Bavarian Nordic e usada no Brasil e em outros países.
Segundo a publicação, a vacina de RNA mensageiro (mRNA) da Moderna conseguiu proteger melhor os macacos contra o vírus da mpox (MPXV), diminuindo o número de lesões, a duração da doença e a presença do MPXV no sangue e nas vias respiratórias.
Para chegar a esses resultados, os pesquisadores dividiram os macacos em três grupos: um recebeu a vacina experimental, outro o imunizante da Bavarian Nordic e o último grupo recebeu placebo (substâncias inertes).
Com isso, foi possível constatar que embora ambas as vacinas tenham ajudado a reduzir a gravidade da doença, a vacina de mRNA da Moderna resultou em menos lesões e menor perda de peso nos primatas.
Além disso, ela também reduziu a duração da doença em mais de 10 dias e mostrou-se mais eficaz em diminuir a transmissão do vírus.
Em média, o grupo que não recebeu nenhum imunizante no estudo apresentou até 1.448 lesões, já o grupo que tomou a vacina da Bavarian Nordic teve até 607, e o grupo da vacina de mRNA apenas 54.
A virologista Clarissa Damaso, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que não teve envolvimento com o estudo da Moderna, explica que a vacina em estudo foi feita para combater quatro proteínas específicas do vírus da mpox, em vez de apenas uma, como outras vacinas de RNA.
Isso é algo relevante porque, no caso da mpox, o vírus da mpox tem 16 proteínas que atuam para invadir as células, e essas quatro são as mais importantes. Assim, uma vacina do tipo ajuda a criar anticorpos contra essas proteínas, impedindo que o MPXV entre nas células.
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