Detectores de pontos eletrônicos, exame grafológico e monitoramento feito pelas mesmas centrais de inteligência usadas na Copa do Mundo e Olimpíadas: essas são algumas das medidas que fazem parte do megaesquema para coibir fraudes no Concurso Público Nacional Unificado (CNU).
Marcada para este domingo (5), a prova que ficou conhecida como "Enem dos concursos" atraiu 2,1 milhões de inscritos, um recorde para concursos públicos, segundo o governo.
Pela primeira vez, uma seleção reúne mais de 6 mil vagas para 21 diferentes órgãos federais, com exames aplicados em todo o Brasil. E o desafio da segurança para um evento tão grande, envolve, prioritariamente, impedir fraudes.
"Nosso objetivo é não deixar que aconteça qualquer coisa que possa gerar o cancelamento do concurso. A gente sabe que uma situação de fraude é grave", afirma Alexandre Retamal, coordenador-geral de logística do CNU.
Para colocar todos os cuidados em prática, o evento contará com uma força-tarefa formada por integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Eles serão coordenados pela Secretária Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.
Mais de 200 mil agentes estão envolvidos na operação para realização do exame, desde o início do processo, somando forças de segurança, profissionais de logística e fiscais de prova.
Em fevereiro, Retamal disse ao g1 que seriam cerca de 250 mil. Porém, na última terça-feira (29), o Ministério da Gestão e Inovação divulgou o número de 215 mil.
"Estimamos em torno de 10% dos inscritos. São pessoas, órgãos, operando na fiscalização e aplicação. A gente está falando de 250 mil pessoas".
O número inclui inclui, além de agentes federais, corporações estaduais, como Polícia Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
"Fizemos um trabalho de adaptação e aprimoramento no formato do Enem e todos os exames de larga escala aplicados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira)", completa Retamal.