Neste ano, o percentual de candidatos negros (soma de pretos e pardos) registrados nas eleições para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores é o maior das últimas três campanhas. Segundo o painel de perfil dos candidatos na plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE):
em 2016, 47,75% dos candidatos se declararam negros;
em 2020, os autodeclarados negros eram 50,02%;
e, em 2024, eles somam 52,73%.
Esta é a segunda disputa municipal em que o percentual de candidaturas negras é superior ao de candidaturas brancas, que vem caindo a cada eleição:
em 2016, 51,45% dos candidatos se declararam brancos;
em 2020, eles eram 48,04%;
e, em 2024, somam 45,65%.
Entre indígenas, o percentual teve um pequeno crescimento:
em 2016, eram 0,35%;
em 2020, 0,4%;
e, em 2024, são 0,55%.
Já as candidaturas dos autodeclarados amarelos voltaram a subir, após discreta queda entre 2016 e 2020:
em 2016, eram 0,44%;
em 2020, 0,35%;
e, em 2024, são 0,39%.
Na atual disputa, mais de 3 mil candidaturas (0,69% do total) não fizeram declaração racial.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o perfil racial da população brasileira, tomada no conjunto, divide-se da seguinte forma:
pardos são 92,1 milhões (45,3% do total);
brancos são 88,2 milhões (43,5%);
pretos saltaram para 20,7 milhões (10,2% da população);
indígenas* agora são 1,7 milhão (0,8%);
e amarelos são 850 mil (0,4%).
Nesta quinta-feira (15), o Senado aprovou a PEC da Anistia, como ficou conhecida a Proposta de Emenda à Constituição que deve livrar os partidos de multas por descumprimento de repasses mínimos para candidaturas negras. (O dispositivo também perdoa outras irregularidades em prestações de contas eleitorais.)
Como fica agora?
A PEC propõe inserir na Constituição a obrigatoriedade de os partidos repassarem 30% dos recursos para financiar campanhas de negros e pardos independentemente da proporção de candidaturas. A regra passa a valer já na eleição de 2024.
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