Você está em:

Novo tipo de vacina contra o câncer pode driblar ‘escape’ de tumores por mutações

Cientistas desenvolveram vacina que, em animais, impediu que tumores se 'defendessem' de ataque do sistema imunológico
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

Um novo tipo de vacina contra o câncer pode apontar caminhos promissores na busca de uma proteção eficaz contra a doença, aponta um estudo publicado nesta quarta-feira (25) na revista científica "Nature", uma das mais importantes do mundo.

Cientistas de várias universidades americanas, incluindo Harvard, desenvolveram um novo "desenho" para a vacina que pode impedir que tumores se "defendam" ou escapem do ataque do sistema imunológico que é induzido pelas vacinas pesquisadas até agora.

A nova vacina já foi testada em camundongos e macacos Rhesus, e foi considerada segura e eficaz. Mais estudos, em humanos, ainda são necessários para avaliar todo o potencial da vacina.

Nova estratégia
O câncer aparece quando células do nosso corpo crescem e se dividem mais do que deveriam ou não morrem quando deveriam. Quando elas se juntam, forma-se uma massa anormal de tecido, que é um tumor.

A maioria das vacinas contra o câncer tem como alvo os antígenos – proteínas do tumor que ficam na superfície dele. As vacinas ajudam o sistema imunológico a reconhecer e atacar esses antígenos.

No entanto, a capacidade desses antígenos em estimular uma resposta imune é única para cada pessoa – o que limita o desenvolvimento de uma vacina universal.

Além disso, os tumores conseguem escapar do ataque do sistema imune sofrendo mutações – alterando, por exemplo, a forma como o antígeno aparece para as células de defesa do nosso corpo –, o que reduz a capacidade delas de reconhecê-lo.

No estudo de Harvard, os cientistas apresentam um novo "desenho" para a vacina que pode resolver esses pontos.

A nova vacina induz um ataque coordenado de dois tipos de células imunes: as células T e as células NK (células "natural killers", em inglês, ou células exterminadoras naturais, em português). Esse ataque coordenado ocorre independentemente dos antígenos que o tumor "mostra" ao nosso sistema imune.

Geralmente, as células T e as NK atacam pedacinhos (proteínas) do tumor que aparecem com mais intensidade na superfície quando ele está sofrendo algum dano. O câncer, entretanto, consegue driblar esse ataque, cortando fora esses pedaços.

A ideia da nova vacina é evitar esse corte – aumentando a quantidade de proteínas que aparecem na superfície do tumor atacado. Assim, o ataque duplo das células do sistema imune é facilitado.

Posts Relacionados

Microagulhamento: como funciona a técnica que promete melhorar a beleza e a saúde da pele

Microagulhamento: como funciona a técnica que promete melhorar a beleza e a saúde da pele

Ele é feito com agulhas de metal muito finas que fazem microperfurações na pele e, podem estimular a produção de colágeno

Como os exercícios físicos ajudam na saúde mental?

Como os exercícios físicos ajudam na saúde mental?

Exercícios físicos têm impacto na saúde mental devido a uma combinação de efeitos fisiológicos, neuroquímicos e psicossociais

O impacto de um diagnóstico de Alzheimer precoce

Grupos de apoio são fundamentais para lidar com a situação, que também é devastadora do ponto de vista financeiro

Remédio nem sempre é indicado para tratar insônia; entenda mais sobre o distúrbio

Remédio nem sempre é indicado para tratar insônia; entenda mais sobre o distúrbio

A insônia é um distúrbio do sono caracterizado pela dificuldade de adormecer, permanecer dormindo ou ambos

Sociedade Internacional de Menopausa defende os benefícios da reposição hormonal

Sociedade Internacional de Menopausa defende os benefícios da reposição hormonal

Com acompanhamento médico, até mulheres acima dos 65 anos poderiam ter uma melhora em sua qualidade de vida

Casos de mpox passam de 100 mil em todo o mundo, diz OMS

Casos de mpox passam de 100 mil em todo o mundo, diz OMS

Novo relatório divulgado pela OMS mostra que desde 1º de janeiro de 2022 foram registrados 103.048 casos da doença

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

Trabalho apresentado em congresso de cardiologia revela que doença pode lesar o coração e os vasos sanguíneos

Estudo aponta picos de envelhecimento aos 44 e aos 60 anos

Estudo aponta picos de envelhecimento aos 44 e aos 60 anos

Uma pesquisa recente indica que o corpo humano passa por dois picos de mudanças moleculares – ligadas ao envelhecimento

pt_BRPortuguese